JAVIER MILEI

Guerra cultural: Milei e Tarcísio usam método da extrema direita para apagar história

Na mesma semana, presidente argentino e governador de SP adotam medida populista de extrema direita

Tarcísio e Milei adotam estratégia da guerra culturalCréditos: Ag?ncia Senado/Reprodução/Vídeo
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Nesta quarta-feira (27), foi reportado que o governo de Javier Milei vai alterar o nome do Centro Cultural Kirchner, um dos principais centros de divulgação cultural e artística de Buenos Aires, capital do país.

O extremista de direita sequer pensou em novo nome para o centro cultural, e decidiu, pasmem, por chamar o edifício de 'Ex-Centro Cultural Kirchner'.

A ideia faz parte de uma suposta limpeza de herança do kirchnerismo da cultura argentina. O centro recebeu o nome original em homenagem ao ex-presidente do país Nestor Kirchner.

Enquanto vai sofrendo para a aprovação de projetos políticos relevantes no congresso argentino e com difícil relação com os governadores, Milei aposta na polêmica com a mudança de nome do centro, símbolo maior da estratégia de guerra cultural.

Tarcísio e o MST

No Brasil, o governo de São Paulo decidiu comprar uma briga com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. 

Tarcísio de Freitas (Republicanos) decidiu renomear um assentamento de reforma agrária em Mirante do Paranapanema através da portaria 25/2024, publicada na manhã de hoje, a Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo (Itesp).

A pasta decidiu trocar o antigo nome, Che Guevara, pelo de Irmã Dulce, uma santa católica. E fez isso sem consultar a população assentada no local.

A mudança arbitrária do governo de São Paulo foi alvo de protestos do MST e dos assentados do Che Guevara, que publicaram nota no site do movimento criticando a mudança.

"Todos foram tomados de surpresa com essa notícia, desta arbitrariedade do governo do estado de São Paulo partindo do Diretor Executivo do Itesp. Nós vemos todos, aqui no assentamento, que é uma disputa ideológica por parte do governo do Estado que, nesse processo aí de titularização, não vai querer dar título para um assentamento com o nome de Ernesto Che Guevara. Nós queremos reafirmar a nossa disposição de luta, as famílias estão aqui todas indignadas, com disposição de nós lutar e resistir para que seja revogado esse decreto e que continue o assentamento com o nome escolhido pelas famílias assentadas no seu processo de luta pela terra", afirmou Felinto Procópio, conhecido pela comunidade como Mineirinho, assentado no Assentamento Che Guevara.

No governo Bolsonaro, por exemplo, a  remoção de nomes da lista da Fundação Palmares, que teve seu próprio nome ameaçado pelo então secretário da instituição, Sérgio Camargo. Ele desejava transformar o instituto, que tem como fim a promoção da afro-brasilidade, em 'Fundação Isabel'.