Acusado de corrupção, Netanyahu fracassa novamente ao tentar formar governo em Israel

Partido do líder extremista conta com 36 vagas no parlamento, e poderia chegar a 58 com outras alianças, não chegando a obter maioria. Surpresa da votação, coligação de partidos árabes progressistas elegeu 15 deputados

Alvo de acusações por corrupção, o primeiro-ministro pautou sua campanha pelo discurso do medo
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Não foi desta vez que Benjamin Netanyahu conseguiu confirmar seu quarto mandato consecutivo – sim, quarto mandato consecutivo, mas sem ser chamado de ditador, porque é de direita.

Nas eleições deste domingo (1), seu partido, o Likud, conseguiu 36 cadeiras no Parlamento, e poderia alcançar até 58 com suas alianças tradicionais, o que é insuficiente para conformar uma maioria, em um Legislativo de 120 membros.

Seu principal opositor é o Partido Azul e Branco, que ficou com 33 vagas. O partido representa um setor mais moderado da política israelense, e é liderado por Benny Grantz.

A grande novidade da jornada foi o resultado da chamada Lista Conjunta, que reúne diversas agrupações árabes progressistas – incluindo uma frente composta por comunistas –, e que se uniram para eleger 15 deputados.

Em todo caso, se nenhuma novidade ocorrer nos próximos dias, Israel terá que enfrentar uma nova votação para se chegar a um novo governo eleito. Vale lembrar que esta já foi a segunda tentativa: em janeiro deste ano, o partido de Netanyahu também conseguiu uma vitória insuficiente para formar maioria.

A dificuldade em formar novo governo parece ser reflexo das recentes acusações de corrupção. Em novembro de 2019, o primeiro-ministro foi acusado formalmente na Justiça por suborno, fraude e abuso de poder, em ação movida pelo Procurador Geral de Israel, Avichai Mandelblit.