Em pronunciamento nesta sexta-feira (11), o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, acenou para a intenção de Pequim de melhorar as relações com Washington (EUA). O premiê afirmou que a cooperação China-EUA beneficia ambos os países e o mundo e que deve haver mais diálogo e comunicação entre os dois países.
O sucesso das relações China-EUA depende do bem-estar das pessoas de ambos os países, observou Li numa coletiva de imprensa, após a conclusão da sessão legislativa nacional anual da China.
Para Li, mesmo que haja competição de mercado entre os dois países na economia e no comércio, ela deve ser saudável e justa.
Ele destacou que a cooperação entre os dois países tem áreas extensas e muito potencial inexplorado, e se os Estados Unidos optarem por aliviar suas restrições de exportação para a China, o volume de comércio de ambos os países será ainda maior.
O primeiro-ministro chinês observou que os dois países são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Citou ainda que China e Estados Unidos são o maior país em desenvolvimento e o maior país desenvolvido do mundo, respectivamente. Muitos desafios globais exigem esforços conjuntos e cooperação de ambos os países, afirmou.
"A cooperação deve ser o foco, porque a paz e o desenvolvimento globais dependem da cooperação."
Li Keqiang, primeiro-ministro da República Popular da China
Há cinquenta anos, os dois países quebraram o gelo e iniciaram uma jornada de normalização das relações bilaterais. Apesar dos altos e baixos, as relações entre a China e os EUA têm avançado ao longo do último meio século, disse o primeiro-ministro.
A China espera que os dois países ajam de acordo com os entendimentos comuns alcançados na reunião virtual entre os presidentes dos países no final do ano passado, respeitem os interesses centrais e as principais preocupações um do outro, vivam juntos em paz e busquem a cooperação ganha-ganha.
Agora que a porta foi aberta, não deve ser fechada novamente, nem deve haver desacoplamento, avaliou o premiê.
Mais alto órgão consultivo político da China encerra sessão anual
A quinta sessão do 13o Comitê Nacional da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPCh), o mais alto órgão consultivo político da China, realizou a reunião de encerramento na manhã desta quinta-feira (10). Xi Jinping e outros líderes chineses participaram do evento no Grande Palácio do Povo na capital Pequim.
O presidente do Comitê Nacional da CCPPCh, Wang Yang, discursou que o comitê deve desempenhar atividades para atender às necessidades do povo chinês. Ele também disse que o órgão deve dar sugestões para que a população, Partido Comunista da China e o governo melhorem o bem-estar da população.
Durante a reunião, foram aprovadas uma resolução sobre um relatório de trabalho do Comitê Permanente do Comitê Nacional da CCPPCh, com propostas dos conselheiros políticos tratadas desde a sessão anual anterior, um relatório sobre a análise de novas propostas e uma resolução política sobre a quinta sessão do 13o Comitê Nacional da CCPPCh.
Ucrânia foi tema de reunião virtual entre chanceleres da China, Itália e França
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, participou de encontros virtuais com os chanceleres da França, Jean-Yves Le Drian; e da Itália, Luigi Di Maio, para tratar sobre a situação na Ucrânia nesta quinta-feira (10).
Durante o diálogo entre o representante chinês e francês, a cooperação entre a China e a França em relação ao conflito na Ucrânia foi o tema central. Wang disse que a China espera que a comunidade internacional continue a encorajar e apoiar as negociações entre a Rússia e a Ucrânia e criar as condições e o ambiente necessários.
O chanceler chinês lembrou que Pequim apresentou uma iniciativa de seis pontos sobre a situação humanitária na Ucrânia e gostaria de fortalecer a comunicação com a França, avançar o consenso alcançado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas com esforços conjuntos.
Wang ressaltou que a China tem pedido o uso prudente de sanções, opondo-se a sanções unilaterais e jurisdições de longo alcance que não estão de acordo com a lei internacional. O chanceler chinês afirmou ainda que todas as partes relevantes devem se acalmar, fazer mais para aliviar as tensões e evitar a escalada do conflito.
O ministro francês Le Drian disse que a França está disposta a continuar a cooperação com a China no Conselho de Segurança da ONU, contribuir para prevenir a crise humanitária e avançar na solução diplomática para a crise.
Durante a conversa entre Wang e Di Maio, o ministro italiano afirmou que a Itália atribui grande importância à comunicação e à coordenação com a China sobre grandes questões internacionais. Ele acrescentou que Roma espera que Pequim desempenhe o devido papel na obtenção da paz global.
Ajuda humanitária chinesa para a Ucrânia - A pedido do governo ucraniano, a Sociedade da Cruz Vermelha da China fornecerá suprimentos de ajuda humanitária à Sociedade da Cruz Vermelha da Ucrânia. O anúncio foi feito pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, nesta quinta-feira (10). Foram enviados suprimentos no valor de 5 milhões de yuans (cerca de US$ 791 mil), que incluem alimentos e itens de necessidade diária.
China aumenta investimento para redução de carbono
A China continua a aumentar o apoio financeiro para reduzir as emissões de carbono e estabeleceu um novo sistema para impulsionar a transformação energética. Em novembro passado, o Banco Popular da China promulgou uma nova ferramenta de política monetária para empréstimos especiais para o uso limpo e eficiente do carvão e forneceu 200 bilhões de yuans (US$ 31,66 bilhões) para apoiar a transformação da indústria do carvão.
Estima-se que a ferramenta economize ao país mais de 40 milhões de toneladas de carvão por ano e reduza as emissões de dióxido de carbono em 110 milhões de toneladas se a implantação nacional for concluída. O anúncio foi feito pelo vice-diretor da sede do Banco Popular em Xangai, Jin Penghui, durante a quinta sessão do 13o Comitê Nacional da CCPPCh na quinta-feira (10).
Além disso, também está sendo formado um novo sistema de apoio financeiro para redução de carbono que pode ajudar no desenvolvimento de novas fontes de energia, como energia eólica e fotovoltaica, e fornecer apoio financeiro para a transformação energética tradicional, afirmou Jin.
A China tem feito esforços para diversificar a partir de uma estrutura de produção de energia baseada no carvão. A proporção de carvão no consumo total de energia da China caiu de 72,4% em 2005 para 56,8% em 2020, de acordo com um “white paper” divulgado em outubro do ano passado.