CHINA EM FOCO

China adota tolerância zero à Covid-19 para conter novo surto

Segundo epidemiologista chinês, números diários de infecções subiram de 119 a 3.122

Créditos: CGTN
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Em meio a um novo surto de Covid-19, o diretor do Centro Nacional de Doenças Infecciosas da China para Controle e Prevenção de Doenças, Zhang Wenhong, declarou que a política "zero infecção" continuará a ser adotada pelo país, em conjunto com os preparativos para estratégias mais sustentáveis contra a variante Ômicron.

O epidemiologista, que também é diretor do departamento de doenças infecciosas do Hospital Huashan, de Xangai, usou as redes sociais na segunda-feira (14) para alertar que a Ômicron é a principal causa de surtos atuais em Hong Kong e na parte continental da China. 

"É vital que a China continue sua política de tolerância zero para controlar o surto causado pela variante altamente transmissível da Ômicron. Mas isso não significa que vamos fechar comunidades e testar todos continuamente."
Diretor do Centro Nacional de Doenças Infecciosas da China para Controle e Prevenção de Doenças, Zhang Wenhong
 

Em resposta, o governo chinês acelerou a realização de testes para detectar a doença e aposta no isolamento da população de áreas afetadas para reduzir a transmissão do vírus. O especialista mencionou outras medidas, como a implementação de um extenso plano de vacina de reforço para idosos, garantia de fornecimento de medicamentos antivirais orais e kits de testes caseiros acessíveis, além de serviços médicos de triagem bem preparados e protocolos de quarentena domiciliar.

Zhang observou que demorou apenas 11 dias para os números diários de infecções na parte continental da China subirem de 119 a 3.122 desde o início de março. "Porque o vírus nos atingiu de repente e respondemos um pouco tarde, estamos tentando retardar a propagação do vírus", explicou. 

China se compromete a estabilizar mercados e economia

O governo da China emitiu nesta quarta-feira (16) um comunicado no qual se compromete a manter a estabilidade do mercado financeiro e da economia. O Comitê de Estabilidade Financeira e Desenvolvimento do Conselho de Estado realizou uma reunião especial para estudar a situação econômica atual e as questões do mercado de capitais. A reunião foi presidida pelo vice-primeiro-ministro do Conselho de Estado e diretor do Comitê de Finanças, Liu He.

A declaração do governo chinês ocorre em uma Super-Quarta, dia de expectativa de anúncio de alta dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos). Aqui no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central também deve anunciar alta dos juros. Tradicionalmente, os mercados operam com cautela nessas datas de decisão de política monetária. 

O comunicado destaca que, na atual situação complexa, o mais importante é insistir que o desenvolvimento é a primeira prioridade de Pequim para governar e rejuvenescer o país. O documento ressalta o compromisso da China em proteger os direitos de propriedade, coordenar a prevenção e o controle da epidemia da Covid-19, além de promover o desenvolvimento econômico e social e manter a economia em operação dentro de um intervalo razoável e o funcionamento estável do mercado de capitais.

Durante a reunião, o vice-primeiro ministro Liu He ressaltou que políticas favoráveis ao mercado de capitais devem ser implementadas e a divulgação de medidas contracionistas deve ser cautelosa. Ele destacou que todas as políticas que tenham grandes impactos nos mercados devem passar por coordenação prévia com os departamentos de gestão financeira, em uma tentativa de manter as expectativas políticas estáveis e consistentes.

O comitê sob o Conselho de Estado informa ainda que os reguladores chineses e estadunidenses mantêm cooperação e têm feito progressos positivos nas empresas chinesas listadas nos EUA. 

Quanto ao negócio imobiliário, Pequim vai pesquisar e tomar medidas para prevenir e solucionar os riscos do setor, além de propor medidas para a transformação do modelo de desenvolvimento.

A China tomará medidas para impulsionar a economia no primeiro trimestre e a política monetária deve embarcar em iniciativas para apoiar a economia.

Cresce volume de exportações e importações da China no primeiro bimestre 

O volume geral de importação e exportação da China em janeiro e fevereiro aumentou 13,3% em comparação ao mesmo período do ano passado. Nesses dois primeiros meses do ano, as exportações cresceram 13,6% e as importações, 12,9%. O superávit comercial também cresceu em relação ao mesmo período de 2021. 

A informação foi dada pelo porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas, Fu Linghui, em uma entrevista coletiva em Pequim nesta terça-feira (15). Ele destacou que o comércio exterior da China continuou a crescer rapidamente este ano com base na alta taxa de crescimento de dois dígitos em 2021, refletindo a resiliência do comércio exterior chinês.

"De uma perspectiva global, a China se saiu bem na prevenção e controle da pandemia. A produção é relativamente estável. Em particular, a China tem um sistema industrial completo com aparente vantagem na forte capacidade de suporte. Em meio à pandemia, a adaptabilidade das empresas às mudanças externas a demanda está crescendo, o que é propício para sustentar o crescimento das exportações", pontuou Fu.

De acordo com a declaração, a demanda por produtos chineses ainda tem se expandido, já que o ímpeto da recuperação econômica global permanece inalterado. A recuperação econômica mundial tem impulsionado as exportações da China, enquanto as medidas do país para estabilizar o comércio exterior continuam a desempenhar um papel no crescimento da economia chinesa. 

A recuperação da economia doméstica também favorece o aumento das importações. A China está atenta à expansão dos parceiros comerciais para atender à demanda de produção doméstica e de subsistência das pessoas, o que injeta dinamismo na recuperação econômica global.

Astronautas chineses darão segunda aula da estação espacial

Os astronautas Zhai Zhigang, Wang Yaping e Ye Guangfu, que estão a bordo da estação espacial da China, a Shenzhou-13, darão mais uma aula direto do espaço nos próximos dias. A iniciativa tem o objetivo de aproximar o programa espacial tripulado chinês dos jovens chineses em salas de aula no país.

O anúncio da nova palestra foi feito nesta terça-feira (15) pelo Escritório de Engenharia Espacial Tripulada da China (CMSEO). A segunda aula com os astronautas abordará temas solicitados pelo público. A primeira transmissão ao vivo de uma palestra científica da estação espacial ocorreu no dia 9 de dezembro de 2021.

A tripulação do Shenzhou-13 entrou no módulo central de Tianhe da estação espacial da China em 16 de outubro de 2021, quando embarcou em uma temporada de seis meses no espaço, a mais longa missão enviada pela nação asiática. O retorno à Terra está programado para abril.

Webinário sobre socialismo chinês receberá presidenta Dilma Rousseff

No próximo sábado (19), o webinário "Socialismo do século XXI: China e América Latina na linha de frente" terá como uma das palestrantes a ex-presidenta do Brasil Dilma Rousseff. O evento vai explorar vários temas, incluindo a história de amizade e solidariedade entre a China e os países latinos. Outro brasileiro confirmado como convidado é o professor Adjunto de Economia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Elias Jabbour. 

As inscrições podem ser feitas aqui.