CHINA EM FOCO

China e União Europeia debatem cooperação, Ucrânia e nova Guerra Fria

Cúpula entre chineses e União Europeia mostrou que relações bilaterais seguem enraizadas em sólido apoio público, interesses comuns e necessidades estratégicas semelhantes

Créditos: Xinhua
Créditos: Xinhua
Escrito en GLOBAL el

A cooperação entre a China e a União Europeia (UE) não será revertida por nenhuma força e segue enraizada em um sólido apoio público, amplos interesses comuns e necessidades estratégicas semelhantes. Essa foi a síntese da cúpula entre chineses e europeus realizada na última sexta-feira (1º). 

O presidente chinês, Xi Jinping, de Pequim, reuniu-se por videoconferência com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Durante o diálogo, Xi lembrou que, há oito anos, sugeriu que China e Europa promovessem uma parceria para paz, crescimento, reforma e civilização. A versão chinesa permaneceu inalterada e, mais do que isso, tornou-se ainda mais relevante no cenário internacional atual. 

O presidente chinês ressaltou a consistência e a continuidade da política da China relacionada à UE. Ele instou os europeus a formarem a própria percepção sobre o gigante asiático e a adotarem uma política independente quanto ao país. Além de trabalharem com os chineses para promover o crescimento estável e sustentável das relações bilaterais e atuarem como estabilizadores em um mundo turbulento.

Xi destacou que China e UE devem agir como duas grandes forças que advogam a paz mundial e compensar as incertezas no cenário internacional com a estabilidade das relações bilaterais. 

Para o líder chinês, os dois lados precisam assumir a liderança em defesa do sistema internacional com a ONU em seu núcleo. Ele pontuou que China e UE devem rejeitar a mentalidade de bloco rival e se opor às tentativas de uma nova Guerra Fria para manter a paz e a estabilidade mundiais.

Xi comentou que China e UE devem apoiar a ordem internacional baseada no direito internacional e nas normas básicas que regem as relações internacionais estabelecidas pela Carta da ONU, 

O presidente chinês também enfatizou que China e UE devem agir como duas grandes civilizações que avançam no progresso humano e enfrentar os desafios globais por meio de solidariedade e colaboração. 

"Os dois lados precisam seguir o verdadeiro multilateralismo, advogar uma visão de governança global com o princípio de ampla consulta, contribuição conjunta e benefícios compartilhados, continuar a liderar a cooperação internacional nas mudanças climáticas e na biodiversidade e trabalhar juntos para derrotar a Covid-19. A China acolhe o apoio e a participação da UE na Iniciativa de Desenvolvimento Global."
Presidente da República Popular da China, Xi Jinping

Europa reconhece a China como força importante no mundo

Durante a cúpula entre China e União Europeia (UE) realizada por videoconferência na última sexta-feira (1º), o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disseram que a China é uma força importante no mundo. A UE atribui grande importância à posição e ao papel internacional do país asiático e ao desenvolvimento das relações bilaterais. 

De acordo com os representantes da UE, os dois lados desfrutam de um relacionamento duradouro de benefício mútuo e estão comprometidos na defesa da paz e do multilateralismo e em intensificar o diálogo e a cooperação. 

A UE reafirmou o compromisso com o princípio de "Uma Só China" e manifestou o desejo de aprofundar a cooperação com o país asiático em áreas como economia, comércio, investimento, energia e desenvolvimento verde. 

Os europeus têm interesse em enfrentar de forma conjunta com os chineses desafios globais como a pandemia da Covid-19, mudanças climáticas e proteção da biodiversidade.  

Os representantes europeus também anunciaram que prestarão apoio e cooperação para o sucesso da segunda parte da conferência da ONU sobre biodiversidade (COP15) que será realizada na China este ano. 

A primeira etapa de negociações da COP15 foi finalizada em outubro de 2021 na cidade de Kunming, localizada no sudoeste da China. 

China e Europa dialogaram sobre conflito na Ucrânia  

Durante a cúpula, os representantes da China e da União Europeia trocaram opiniões sobre a situação na Ucrânia. O presidente Xi salientou que a posição chinesa sobre a questão ucraniana é consistente e clara. "A China está sempre do lado da paz e tira suas conclusões de forma independente com base nos méritos de cada assunto", ressaltou.

O presidente chinês elencou os quatro pontos que considera essenciais para a resolução do conflito na Ucrânia: promover negociações de paz; evitar uma crise humanitária em maior escala; promover uma paz duradoura na Europa e no continente eurasiático; e prevenir a ampliação do conflito regional. 

Os líderes de ambos os lados concordaram que a cúpula promoveu uma discussão franca e profunda. Na ocasião, China e UE aumentaram a compreensão mútua e alcançaram entendimentos comuns em muitas áreas. Eles concordaram em fortalecer a comunicação e os intercâmbios e manter a coordenação e a cooperação.

Ambos os lados acreditam que a estabilidade das relações China-UE ajudará a lidar com as incertezas da situação internacional. Ao estabilizar a economia mundial, chineses e europeus fortalecerão a coordenação e discutirão segurança energética, segurança alimentar, estabilidade industrial e da cadeia de suprimentos e outras questões que têm um grande impacto na economia.

Para implementar os resultados e as conclusões da cúpula, China e a UE manterão diálogos estratégicos de alto nível sobre questões econômicas e comerciais, meio ambiente e clima, economia digital e entre pessoas.

China pede retomada de diálogo sobre questão da Península Coreana

A China pediu calma, moderação e retomada do diálogo sobre a questão da Península Coreana o mais rápido possível. O pedido foi feito pelo representante especial do governo chinês para a Coreia do Sul, Liu Xiaoming, durante visita à sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York (EUA), realizada entre os dias 29 de março e 2 de abril. 

Liu enfatizou que a questão da Península Coreana requer que sejam exploradas soluções eficazes que abordem as preocupações de todos os lados de maneira equilibrada.

O tema foi a prioridade da agenda de Liu durante as reuniões com a subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo;  a Secretária-Geral Adjunta para Assuntos Humanitários, Joyce Msuya; e representantes permanentes dos Estados membros do Conselho de Segurança, incluindo os EUA, Rússia, Reino Unido, França, Emirados Árabes Unidos, Gana, Índia, Quênia e México.

O Conselho de Segurança da ONU, observou Liu, tem a responsabilidade de salvaguardar a paz e a segurança internacionais. Portanto, deve construir consenso para a solução política da questão da Península Coreana para evitar que a região volte a um confronto tenso.

DiCarlo e Msuya reconheceram o papel da China em lidar com a questão da Península Coreana e expressaram disposição para fortalecer a cooperação com os chineses para fornecer assistência humanitária à República Popular Democrática da Coreia (RPDC).

Durante sua visita a Nova York, Liu também teve reuniões separadas com o representante permanente da RPDC e o representante permanente da República da Coreia para trocar opiniões sobre a situação na península e questões de interesse mútuo.

Banco Popular da China adotará medidas para neutralizar riscos financeiros em 2022

A China fortalecerá os esforços para prevenir e neutralizar riscos e estabilizar o mercado financeiro em 2022. O Banco Popular da China anunciou que adotará medidas concretas para promover a manutenção da estabilidade.

A instituição divulgou um relatório no qual se compromete a estabelecer um fundo que garanta estabilidade financeira, fundos de garantia para a indústria e um sistema de seguro de depósito. 

O Banco Popular da China, numa tentativa de reforçar a rede de segurança financeira e prevenir riscos financeiros sistêmicos, anunciou que vai estabelecer um mecanismo de eliminação de risco baseado na lei e orientado para o mercado.

Parte continental da China registra 1.506 novos casos confirmados de Covid-19

A parte continental da China registrou 1.506 novos casos confirmados de Covid-19 no sábado (2), com 1.455 vinculados a transmissões locais e 51 do exterior, segundo dados da Comissão Nacional de Saúde divulgados neste domingo (3).

Um total de 11.781 novos casos assintomáticos também foram registrados no sábado, e 73.689 pacientes assintomáticos permanecem sob observação médica. Os casos confirmados no continente chinês agora totalizam 154.738, com o número de mortos em 4.638.

A contagem mais recente de casos confirmados nas regiões administrativas especiais de Hong Kong e Macau e na região de Taiwan é a seguinte:

Hong Kong: 304.897 (50.0093 recuperações, 8.061 mortes)

Macau: 82 (82 recuperações)

Taiwan: 24.033 (13.742 recuperações, 853 mortes)

40 anos da Guerra das Malvinas

Desde o século 19, as ilhas Malvinas têm sido colonizadas pelos britânicos. Para recuperar a soberania sobre o território, a Argentina iniciou, em 2 de abril de 1982, uma guerra com o Reino Unido que durou 74 dias e terminou com a vitória britânica.

A questão das Malvinas é um problema do legado do colonialismo e a República Popular da China apoia os argentinos nessa causa. 

Em 1816, a Argentina herdou a soberania sobre as Malvinas quando se livrou da colonização do Reino Unido e adquiriu a independência. Em 1833, o Reino Unido expandiu sua colonização na América do Sul e ocupou as ilhas com forças militares. 

Em 1965, a resolução das Nações Unidas integrou a questão no quadro da “descolonização”, e pediu ao Reino Unido e à Argentina que resolvessem a questão por meio de negociações. 

A Comissão Especial sobre a Descolonização da ONU aprovou mais de 30 resoluções em que pediu negociações entre os dois países, mas todas foram refutadas pelo Reino Unido.

Em janeiro deste ano, a Argentina manifestou sua oposição mais veemente sobre a disposição de defesa aérea nas Malvinas pelo Reino Unido. As ações do Reino Unido, como recusar o diálogo, dispor as armas, e realizar as manobras militares, recordaram a “era da colônia”, e mostrou que o país nunca tratou seriamente a soberania de outros países.