CHINA EM FOCO

Dior é acusada de apropriação cultural por internautas chineses

Marca de luxo francesa recebeu uma enxurrada de críticas do público chinês em duas ocasiões apenas em julho e agosto; em 2021 ela também foi criticada por retirar Taiwan do mapa da China

Créditos: Reprodução da internet -Dior foi acusada de apropriação cultural de pinturas tradicionais chinesas de flores e pássaros no moletom da nova coleção
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Internautas chineses acusam a marca de luxo francesa Dior de dois episódios de apropriação cultural em poucas semanas. Entre julho e agosto, o público da China afirmou que a empresa copiou estilos tradicionais do país: nas estampas de um novo moletom e no design de uma saia. 

O mais recente episódio que movimentou as redes sociais da China acusa a Dior de apropriação cultural de pinturas tradicionais chinesas de flores e pássaros de um novo moletom. 

Os internautas postaram fotos da peça nas mídias sociais. Nas imagens no Sina Weibo, uma pintura tradicional chinesa de flores e pássaros pode ser vista em um novo moletom amarelo, parte da última coleção de prêt-à-porter de outono e inverno 2022 da marca.

A marca apresenta o novo produto como seu icônico Jardin d'Hiver (jardim de inverno), que foi descoberto pelos internautas chineses no site da Dior. Padrões semelhantes de flores e pássaros também podem ser vistos nos vestidos e casacos da coleção. 

A Dior afirma que a coleção é uma interpretação dos murais de parede do fundador da marca, Christian Dior (1905-1957),que é repleto de designs poéticos e exóticos. Mas a justificativa não colou e as mídias sociais da China foram invadidas de posts indignados, com hashtags relevantes que ganharam quase 35 milhões de visualizações no Weibo desde que o assunto chamou a atenção do público na tarde de terça-feira (2).

Cópia de saia tradicional

Reprodução internet - Internautas chineses fazem colagem para mostrar a cópia do modelo tradicional. 

No final de julho, a marca de luxo também esteve envolvida em outra polêmica quando internautas chineses a acusaram de outro caso de apropriação cultural. Naquela ocasião, a acusação era de que uma saia de US$ 3.800 (R$ 19 mil) copiou desenhos de uma roupa tradicional chinesa.

A saia plissada de lã atraiu comparações com um item de vestuário chinês histórico conhecido como “mamianqun”, ou “saia de cara de cavalo”, apesar de ser descrito pela casa de moda francesa como uma “silhueta da marca Dior”.

O caso da saia rendeu até protestos do lado de fora de uma das lojas da marca em Paris. O ato foi organizado por estudantes chineses na capital francesa e receberam a adesão de manifestantes de outras cidades francesas, além de alguns da Espanha e da Itália. 

A controvérsia da saia teve início em julho, com internautas chineses e meios de comunicação do país acusando a marca de não reconhecer a suposta inspiração por trás de seu design.

As saias "cara de cavalo" datam da dinastia Song (960-1279), embora tenham sido popularizadas entre as mulheres durante as dinastias Ming (1368-1644) e Qing (1644 - 912). O design apresenta laterais plissadas e aberturas na frente e atrás, tornando as peças adequadas para passeios a cavalo.

As saias são frequentemente usadas por membros da crescente subcultura “Hanfu” da China, juntamente com outras roupas que se assemelham às roupas tradicionalmente usadas pelos chineses de maioria étnica Han antes da dinastia Qing.

A saia da Dior faz parte de sua coleção Outono 2022, que a grife descreveu como uma “exploração fascinante do passado, presente e futuro”. Embora a marca ainda não tenha respondido às reclamações, silenciosamente parou de vender a peça no continente chinês.

'Uma só China' no mundo fashion

Nos últimos anos a Dior tem sido reincidente em acender a indignação de chineses. Em 2019, a marca emitiu um pedido de desculpas sobre um mapa do país, usado durante uma apresentação em uma universidade chinesa, que não incluía a ilha chinesa de Taiwan. 

O território insular está no centro da tensão das relações China-EUA depois de uma provocativa visita da presidenta da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, à ilha na última terça-feira (2). 

Uma declaração, publicada na conta Weibo da marca à época, culpou um funcionário pela supervisão enquanto expressava apoio à “soberania e integridade territorial” da China.

Em 2021, mais uma vez a Dior foi alvo de queixas dos chineses. Usuários de mídia social criticaram uma imagem de campanha do fotógrafo de moda chinês Chen Man. A foto, exibida em uma exposição de moda da marca  inaugurada no West Bund Art Center em Xangai, mostrava uma modelo com pálpebras únicas e pele escura vestida com roupas tradicionais chinesas e segurando uma bolsa Dior.

 

A Dior pediu desculpas com a publicação de um comunicado em seu perfil no Weibo. "É apenas uma foto que fez parte do projeto de arte. A marca continuará a respeitar os sentimentos do povo chinês, cumprir as leis chinesas e cooperar com as autoridades relacionadas para revisar rigorosamente todas as obras que serão exibidas ao público."

China reduz tempo de suspensão de voos internacionais

A Administração de Aviação Civil da China encurtou o tempo de suspensão de voos internacionais vinculados a casos de Covid-19 a partir deste domingo (7). O objetivo da medida é promover melhor o desenvolvimento econômico e os intercâmbios internacionais.

De acordo com o comunicado do órgão, quando a companhia aérea tiver cinco casos confirmados de infecção por Covid-19 em um único voo de entrada e os passageiros confirmados representarem 4% do total de viajantes na aeronave, o voo será suspenso por uma semana. A suspensão do voo durará duas semanas se o número chegar de passageiros com a doença chegar a 8%. O voo suspenso não deve ser utilizado para outras rotas.

China recebe dados de satélite de monitoramento de ecossistema recém-lançado

Xinhua - Um satélite de monitoramento de carbono do ecossistema terrestre é colocado em órbita do Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan na quinta-feira (4).

A China recebeu dados de seu recém-lançado satélite de monitoramento de carbono do ecossistema terrestre. O satélite foi levado ao espaço na quinta-feira (4) por um foguete Longa Marcha-4B do Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan, na província de Shanxi, norte da China.

Desde a noite de quinta, as estações terrestres localizadas em Pequim e na Região Autônoma Uigur de Xinjiang rastrearam e receberam os dados do satélite em três tarefas, que duraram 25 minutos com um tamanho total de 306 GB, informou o Instituto de Pesquisa de Informação Aeroespacial da Academia Chinesa de Ciências.

Com a tarefa de obter informações sobre sumidouros de carbono florestal, o satélite impulsionará os esforços de neutralidade e pico de carbono da China, além de oferecer suporte e serviços em áreas como silvicultura, pastagens e meio ambiente ecológico.

Vídeo: Dança conta história de pioneiro do Partido Comunista da China

Beauties of Red Boat (Belezas do Barco Vermelho, em tradução livre) é um clipe de dança que remete ao já clássico Guardians of Red Boat (Guardiões do barco vermelho, em tradução livre). 

O vídeo encena o drama de dança que destaca o trabalho pioneiro Wang Huiwu e sua esposa, Li Da, na organização do primeiro congresso do Partido Comunista da China (PCCh), em 1921, anos antes da Revolução de 1949. 

O enredo da coreografia gira em torno de como Wang, descrito como prudente, engenhoso e perspicaz, contribuiu para garantir a realização do evento, a despeito de todos os obstáculos. 

Em julho de 1921, cerca de uma dúzia de pessoas abriram o primeiro congresso nacional em uma casa de tijolos e madeira em Xangai. Os delegados então se mudaram para um barco no lago Nanhu em Jiaxing, província de Zhejiang, leste da China, para evitar serem espionados.