Com apenas 2 casos e sem mortes, ditadura da Bolívia declara emergência no país

Ditadora Jeanine Áñez afirmou que, em função do tema, abandonará sua campanha eleitoral visando as eleições de 3 de maio, exigiu que a oposição faça o mesmo

A ditadora boliviana Jeanine Áñez (foto: Página Siete)
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Cerca de 24 horas depois de confirmar os primeiros dois casos de coronavírus no país, a ditadura da Bolívia decretou emergência nacional.

A medida foi anunciada nesta quarta-feira (11) pelo secretário-geral da presidência, Yerko Núñez, em ato no qual também estava presente a ditadora Jeanine Áñez, além de ministros, governadores e outros políticos aliados. “O governo nacional está declarando uma emergência nacional. Isso permite otimizar os fundos necessários para conter o vírus e, simultaneamente, atender qualquer contingência que possa surgir”, noticiou o ministro.

Nuñez afirmou que, embora o fechamento das fronteiras seja um procedimento previsto em casos de emergência nacional, esta medida está descartada por enquanto, e “poderia ser repensada, dependendo do cenário que analisarmos nos próximos dias”.

Também haverá quarentena para as pessoas que apresentem sintomas, mas, por enquanto, essa opção será voluntária, e não obrigatória, como foi decretado nesta quarta pelos governos da Argentina e do Peru.

Depois do anúncio do seu secretário, a ditadora Jeanine Áñez falou sobre o tema, e exigiu que todos os setores políticos apoiem o governo em suas medidas para enfrentar o coronavírus. “Em momentos como este, devemos trabalhar juntos e trabalhar em equipe”, afirmou a mandatária imposta pelas Forças Armadas.

Áñez também afirmou que vai interromper sua campanha eleitoral visando as eleições de 3 de maio, para se dedicar à questão do vírus, e intimou a oposição a fazer o mesmo. “Estamos no meio de uma campanha eleitoral que às vezes gera confrontos, mas é hora de colocar isso em segundo plano”, disse.

Segundo a pesquisa mais recente, realizada pela CELAG (Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica)a corrida eleitoral na Bolívia é liderada pelo economista Luis Arce, candidato do MAS (Movimento Ao Socialismo), partido de Evo Morales, com 33,1%. Áñez aparece em segundo lugar, com 20,5%.

O terceiro é o jornalista Carlos Mesa – que iniciou o golpe de 2019 ao questionar sua derrota para Evo Morales nas eleições de outubro –, com 17,4%. O empresário Luis Fernando Camacho, um dos principais líderes do golpe e figura apoiada por Jair Bolsonaro, está em quarto lugar, com apenas 7,4%.