No universo Disney, Donald é um pato que vive mal humorado, e costuma reclamar da vida, com sua típica voz esganiçada e quase incompreensível. Mas na vida real, e nos Estados Unidos de hoje também há um Donald de muito mal humor, reclamando da vida e provavelmente com muita raiva da Disney – só falta a voz esganiçada.
Acontece que a gigante do entretenimento anunciou nesta terça-feira (29) a demissão de mais de 28 mil funcionários que trabalhavam em seus parques temáticos nos Estados Unidos.
Josh D'Amaro, diretor da divisão de parques da Disney, informou que cerca de 67% dos demitidos eram trabalhadores de meio período.
Todas essas pessoas entraram no mundo do desemprego em um momento delicado para o atual presidente, já que faltam pouco mais de 30 dias para o dia da eleição presidencial nos Estados Unidos – aliás, aqueles que desejam votar pelo correio já podem fazê-lo em alguns estados, mas os que pretendem deixar seu voto de forma presencial terão que esperar até o dia 3 de novembro.
O desemprego crescente nos Estados Unidos em tempos de pandemia é um dos calcanhares de aquiles de Donald Trump em sua disputa pela reeleição. Um informe do Departamento de Estatísticas do Trabalho publicado no dia 19 de setembro afirmou que o país já contava com mais 7 milhões de pessoas desempregadas no final de agosto, e que uma grande parte delas perdeu seu trabalho este ano, devido aos efeitos econômicos da crise sanitária.
O informe também aponta que 12,5 milhões de pessoas recebiam auxílio-desemprego, e que ao menos 870 mil novos pedidos haviam sido entregues durante o mês de agosto, e estavam sendo avaliados. Reiterando que os dados incluem a realidade até o mês passado, não acrescentando os efeitos da demissão massiva revelada pela Disney apenas esta semana.
Nesta mesma terça, Trump enfrentará o primeiro debate televisivo contra seu principal adversário na disputa presidencial, o senador Joe Biden, candidato do Partido Democrata.
A imprensa estadunidense especula que a as críticas a respeito da má gestão da pandemia, tanto no aspecto da saúde quanto dos efeitos econômicos causados por ela, serão o foco da estratégia do democrata contra o candidato à reeleição.