Evo se diz disposto a voltar à Bolívia e acusa OEA de “estar a serviço do império norte-americano”

Em primeira coletiva realizada durantes seu asilo político no México, o presidente deposto criticou o apoio que a entidade pan-americana deu ao movimento golpista, e afirmou que poderia voltar para negociar uma pacificação do país, “se meu povo pedir”

Foto: Reprodução/Twitter
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O presidente deposto da Bolívia, Evo Morales, concedeu entrevista coletiva nesta quarta-feira (13), no México, onde recebeu asilo político, e fez várias afirmações a respeito do golpe de Estado que o país sofreu e a estratégia política que seu partido pretende adotar daqui por diante. Sobre o golpe em si, Morales enfatizou a importância do envolvimento dos Estados Unidos em todo o processo, especialmente através da atuação da Organização dos Estados Americanos (OEA). Segundo ele, “a OEA está a serviço do império norte-americano. Não trabalha em favor dos povos latino-americanos, e muito menos dos movimentos sociais”. Além disso, Evo propôs que a entidade mudasse seu nome para “Organização dos Estados do Norte”. Uma das acusações do ex-pesidente sobre o comportamento da OEA tem a ver com o informe que a entidade publicou na manhã de domingo (10), com um parecer preliminar, sem conclusão, mas fazendo alusão de que teria havido fraude nas eleições presidenciais do dia 20 de outubro. O documento foi utilizado pelos grupos golpistas para justificar suas ações posteriores. Segundo Evo, “a OEA decidiu tomar (no domingo) uma posição política, não técnica, nem jurídica”. O presidente deposto também acusou o secretário-geral da entidade de “ajudar a provocar uma matança na Bolívia”. Disposição de voltar Outro ponto importante da entrevista foi quando disse que, se o cenário de confrontação em seu país continuar, ele poderia voltar para dialogar uma saída. “Se meu povo pedir, estamos dispostos a voltar e trabalhar para apaziguar o país”. Segundo ele, “a única forma de parar esta situação é com um diálogo nacional”. Aos comandantes militares e policiais, Evo também dirigiu um pedido: “Que não se manchem com sangue do povo que está protestando agora”. Assista ao vídeo: https://youtu.be/LHY7Z63AxHo

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