Extrema-direita usa incêndio em Notre Dame para disparar fake news e criar onda de ódio contra islâmicos

Enquanto a catedral de Notre Dame ardia em chamas, influenciadores digitais da extrema-direita europeia inflamavam discursos de ódio buscando culpar muçulmanos por atearem fogo na igreja

Incêndio na catedral de Notre Dame, em Paris (Reprodução/MSNBC)
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Reportagem de Talita Levin, no Washington Post nesta terça-feira (16), informa que, enquanto a catedral de Notre Dame ardia em chamas, na última segunda-feira (15), influenciadores digitais da extrema-direita europeia inflamavam discursos de ódio buscando culpar muçulmanos por atearem fogo na igreja, símbolo do cristianismo na França. Segundo a reportagem, o Infowars, um blog conspiratório comandado por Alex Jones, se apressou a difundir rumores não verificados dizendo que o incêndio foi “ateado propositalmente” e vinculando-o a “ataques anticristãos”. A provocadora racista britânica Katie Hopkins foi muito mais explícita, dizendo que “parisienses judeus e cristãos” estavam sendo “expulsos da cidade por islâmicos e estão fugindo aos milhares”, fixando a hashtag #NotreDame às suas palavras. Pouco depois, o analista de extrema-direita Ben Shapiro descreveu Notre-Dame como “monumento à civilização ocidental” e do “legado judaico-cristão”. Uma “conta de paródia” fazendo-se passar pela Fox News forjou um tuite da deputada democrata Ilhan Omar, do Minnesota, dizendo “Eles colhem o que semeiam #NotreDame”. Sob ataque implacável da direita –incluindo o presidente -, a deputada virou uma espécie de símbolo para as pessoas ativas nas redes sociais e que já estavam predispostas a enxergar o incêndio como uma conspiração muçulmana. Para a jornalista, já é mais que hora de aqueles que alimentam discursos inflamatórios, cientes de seu potencial para catalisar violência racista, ser obrigados a parar de brincar com fogo –antes que seja tarde demais para controlar o holocausto. Leia a reportagem na íntegra (em inglês)