Google demite funcionário que considera homens mais capazes para a tecnologia

O presidente-executivo do Google, Sundar Pichai, afirmou que "partes do memorando violam o nosso código de conduta e ultrapassam os limites ao promover estereótipos de gênero".

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O presidente-executivo do Google, Sundar Pichai, afirmou que "partes do memorando violam o nosso código de conduta e ultrapassam os limites ao promover estereótipos de gênero". Da Redação* O Google demitiu o engenheiro James Damore, que escreveu um memorando interno em que atribuía a diferenças biológicas as desigualdades de gênero encontradas na indústria da tecnologia nos EUA. Damore confirmou a sua demissão, dizendo que foi mandado embora por "perpetuar estereótipos de gênero". Ele afirmou que está estudando todas as alternativas legais. O Google informou que não pode comentar casos individuais de funcionários. O memorando afirma que a "distribuição de preferências e habilidades entre homens e mulheres difere, em parte, por causas biológicas e essas diferenças podem explicar por que não há uma representação igualitária de mulheres em cargos técnicos e de lideranças". A capacidade masculina para pensamento sistemático faz com que seja mais provável que eles se tornem programadores, defende o engenheiro do Google. Já as mulheres, segundo ele, têm "uma abertura maior para sentimentos e estéticas em lugar de ideias", o que leva elas a preferirem "trabalhos em áreas sociais ou artísticas". Em e-mail interno, o presidente-executivo do Google, Sundar Pichai, afirmou que "partes do memorando violam o nosso código de conduta e ultrapassam os limites ao promover estereótipos de gênero nocivos em nosso ambiente de trabalho". A publicação do memorando em um canal de discussão interna levou a pedidos de alguns trabalhadores para que o Google adotasse uma resposta mais dura. As questões de desigualdade de gênero têm ganhado força no Vale do Silício nos últimos meses. O fracasso da Uber em lidar com as acusações de assédio sexual trazidas à tona por uma engenheira mulher colaborou para a renúncia do presidente-executivo e criador da empresa, Travis Kalanick. O Google tem sido um dos líderes nos esforços do Vale da Silício para contratar mais engenheiras, ainda que o progresso tenha sido lento. As mulheres respondem por apenas 20% dos trabalhos técnicos da empresa —três anos atrás, quando o levantamento teve início, elas eram 17%.