Militar que traficou 39 quilos de cocaína em comitiva de Bolsonaro aceita pena de prisão e multa de R$ 9,5 milhões

"A pessoa que me entregou isso no Brasil me disse que seu destino era a Suíça e que eu devia trazê-la para a Europa. Eu estava passando por dificuldades econômicas", disse o sargento Manoel Silva Rodrigues, da FAB, que teve pena reduzida por demonstrar arrependimento

O militar da FAB, Manoel Silva Rodrigues, preso por tráfico internacional de 39 quilos de cocaína (Reprodução)
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O sargento Manoel Silva Rodrigues, da Força Aérea Brasileira (FAB), que foi detido com 39 quilos de cocaína na comitiva de Jair Bolsonaro durante escala na Espanha, aceitou nesta segunda-feira (24) a pena de seis anos de prisão e pagamento de multa no valor de 2 milhões de euros - aproximadamente R$ 9,5 milhões - no julgamento ocorrido na cidade de Sevilha.

Segundo reportagem de Javier Martin-Arroyo, no site do jornal El País, Ministério Público de Sevilha inicialmente pediu uma pena de oito anos de prisão e 4 milhões de euros de multa, mas reduziu o pedido para seis anos e 2 milhões porque o militar admitiu os fatos e teria mostrado arrependimento.

As investigações da Guarda Civil apontaram que ele pretendia vender a droga a um intermediário em Sevilha, no sul da Espanha. “A pessoa que me entregou isso no Brasil me disse que seu destino era a Suíça e que eu devia trazê-la para a Europa (…). Eu estava passando por dificuldades econômicas. Estou há 20 anos na FAB e nunca tive nenhum processo, mas um militar no Brasil não tem um salário bom. Sempre compro coisas nas minhas viagens, como celulares, e as revendo para ganhar um extra”, alevou Rodrigues durante o julgamento.

O militar contou que entregaria a droga em um hipermercado de Sevilha na tarde de 25 de junho. “Tinha que ir com roupa de camuflagem, com uma camisa verde, e a outra pessoa me conheceria por uma foto. Marcaríamos no Burger King, e ele me faria um gesto (…). Foi a primeira e única vez em minha vida que fiz uma coisa errada dessas”, afirmou o militar, que se disse “profundamente arrependido”. “Peço perdão ao Estado e ao povo espanhol por colocar isto em seu país (…). O castigo é justo”, acrescentou, segundo a agência EFE