Pânico por coronavírus esvazia ruas da Itália, segundo brasileiros

Até o momento, a Itália já teve 220 casos confirmados de coronavírus, seis deles com resultado de morte, sendo o terceiro país do mundo mais afetado pela doença até agora depois de China e Coreia do Sul

Foto: agência ANSA
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A rápida propagação do coronavírus na Itália, que já se tornou o terceiro mais afetado pela doença (depois da Coreia do Sul e da China, país onde a epidemia surgiu), tem causado pânico na população local, segundo os brasileiros que moram no país.

Uma delas é a jornalista brasileira Mari di Pilla. Ela diz que na semana passada já era possível observar uma maior preocupação com o tema por parte dos italianos, e que o cancelamento de alguns desfiles de moda colocou o problema mais em evidência.

“Já se comentava bastante, mas ninguém ainda usava máscara. No dia seguinte, tudo mudou e o uso se generalizou. Até que no domingo dois desfiles importantes foram cancelados”, relata Pilla.

Entre os cancelamentos citados pela jornalista está o sempre concorrido desfile da etiqueta de Giorgio Armani, em Milão. Porém, desta vez, por medidas de segurança, os modelos tiveram que desfilar numa passarela sem plateia, enquanto jornalistas e compradores acompanharam evento através de uma transmissão ao vivo pelas redes sociais.

Quem também sofreu com um cancelamento é Marva Griffin, curadora do Salão Satélite, mostra que ocorre paralelamente ao Salão do Móvel de Milão, que tinha uma conferência confirmada em São Paulo, durante o mês de março, mas foi obrigada a desistir da ideia. “Nossa diretoria proibiu qualquer deslocamento de nosso staff para o exterior até segunda ordem. Jamais vi situação como esta”, contou.

Outro brasileiro que mora na Itália, é Wanderson, que trabalha em Milão, dirigindo Uber. Segundo ele, as ruas vazias tem prejudicado bastante a sua atividade, e que o movimento caiu cerca de 40%. “Por causa do vírus, ninguém quer saber de sair de casa”, reclama.

Já o arquiteto Gustavo Minosso, que vive em Milão há 12 anos, considera que há muito alarmismo nas notícias, e que, até agora, considera que não há razão para tanto medo do vírus. “Se fala de tudo e de modo confuso: isolamento, fechamento de escolas, cinemas, teatros. Mas a cada nova notícia, o resultado é o mesmo, com as pessoas correndo para estocar comida”, afirma ele, dizendo que tem mantido sua rotina de trabalho normalmente, apesar das advertências do Ministério da Saúde.

Até o momento, a Itália já teve 220 casos confirmados de coronavírus, seis deles com resultado de morte.