Parlamento dissolvido: Presidente de Portugal convocará novas eleições

Crise política na "Geringonça" ocorreu após orçamento de 2022 ser reprovado no Legislativo. Conselho de Estado deu sinal verde para que o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, chame povo às urnas

Foto: Primeiro-ministro português António Costa (à esquerda) e o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa / SAPO (Reprodução)
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O parlamento de Portugal será dissolvido e os eleitores comparecerão às urnas para a escolha de um novo governo. O anúncio foi feito após o órgão consultivo responsável por dar início ao processo de dissolução, o Conselho de Estado de Portugal, formado por múltiplos setores da sociedade civil e dos poderes da República, dar um parecer favorável, o que no rito político do país europeu permite ao presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, convocar novas eleições.

A crise política no além-mar teve início após o orçamento proposto pelo governo do primeiro-ministro socialista António Costa para 2022 ser reprovado na Assembleia República, fato que aparentemente põe fim à coalizão de partidos de esquerda que governa a nação ibérica, apelidada de "Geringonça", e composta pelo PS (Partido Socialista), BE (Bloco de Esquerda) e o PCP (Partido Comunista Português). Os dois últimos mudaram a posição habitual de apoio ao PS e votaram contra o texto.

Para que o documento fosse aprovado eram necessários 116 votos, mas ele foi rejeitado por 117 deputados, contra 108 a favor (todos do PS) e 5 abstenções. Além dos partidos de esquerda, a oposição de direita, de centro-direita e de extrema direita também foi contra a proposta orçamentária.

Costa, o ainda primeiro-ministro, à época da reprovação na Assembleia da República, antes mesmo da confirmação de novas eleições nesta quarta-feira (3), aceitou o resultado negativo e disse estar com a consciência tranquila quanto ao trabalho realizado até o momento.

“O governo entende e respeita a decisão da Assembleia da República. O governo sai desta votação com a consciência tranquila e cabeça erguida. Nunca voltaremos as costas para nossas responsabilidades e aos portugueses", disse na ocasião o chefe de governo.