Putin diz que ativistas do Greenpeace não são piratas, “mas violaram lei”

Trinta pessoas foram presas por tentar invadir plataforma de petróleo russa; ONG é contra exploração no Ártico

Navio Arctic Sunrise, usado por ativistas para protestar contra exploração de petróleo no Ártico (Foto: Agência Efe/Greenpeace)
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Trinta pessoas foram presas por tentar invadir plataforma de petróleo russa; ONG é contra exploração no Ártico

Do Opera Mundi

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira (25), que os ativistas ambientais da ONG Greenpeace presos por conduzir um protesto na primeira plataforma de petróleo da Rússia no Oceano Ártico violaram a lei internacional. No entanto, ele sinalizou que os integrantes da organização não devem ser acusados de pirataria.

O navio dos ambientalistas foi confiscado e rebocado para a costa russa na terça-feira, após dois dos ativistas terem tentado escalar a plataforma em protesto contra os planos da Rússia de realizar perfurações no Ártico em busca de petróleo, o que dizem ser uma ameaça ao frágil ecossistema da região.

[caption id="attachment_31887" align="aligncenter" width="600"] Navio Arctic Sunrise, usado por ativistas para protestar contra exploração de petróleo no Ártico (Foto: Agência Efe/Greenpeace)[/caption]

"É absolutamente evidente que eles não são, claro, piratas, mas sob um aspecto formal estavam tentando invadir esta plataforma... É evidente que essas pessoas violaram a lei internacional", disse Putin em um fórum sobre o Ártico.

A Rússia se preocupa que tais protestos possam afetar as tentativas de atrair investimentos estrangeiros para seus esforços de extrair os ricos recursos encontrados no Ártico, e afirma que o protesto na plataforma de petróleo da companhia Gazprom violou a soberania do país.

Greenpeace

A ONG internacional revelou ontem que os ativistas detidos na quinta-feira passada a bordo do navio são de 17 países diferentes: Brasil, Rússia, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França.

Após serem detidos nas águas do Ártico, os ativistas do Greenpeace estiveram sob custódia por cinco dias.

Os 30 ativistas a bordo do navio “Arctic Sunrise”, incluindo a bióloga brasileira Ana Paula Maciel, seriam interrogados nesta quarta (25), disse o Greenpeace, um dia após investigadores russos terem aberto um caso criminal por suspeita de pirataria, um crime que pode levar a até 15 anos de prisão.

Eles foram transferidos para diferentes prisões preventivas na cidade de Murmansk e arredores, segundo a agência Interfax. Os ativistas estrangeiros serão interrogados depois que forem disponibilizados tradutores e advogados, afirmaram as autoridades russas.

Na última quinta-feira, a guarda de fronteiras russa abriu fogo de advertência contra o "Arctic Sunrise" e depois deteve o navio, após a ação de vários ativistas que saíram em lanchas rumo à plataforma de petróleo da empresa russa Gazprom. Os ambientalistas pretendiam escalar a plataforma em protesto contra a exploração petrolífera no Ártico.

A Gazprom planeja começar a produção de petróleo nessa plataforma no primeiro trimestre de 2014, o que, segundo a ONG, aumenta o risco de um vazamento de petróleo em uma área que contém três reservas naturais protegidas pela própria legislação russa.

Na segunda-feira (23), o embaixador brasileiro na Rússia, Fernando Mello Barreto, afirmou que o governo prestará a ajuda necessária à brasileira, e um funcionário foi enviado à região para prestar assistência.

(*) com agências de notícias internacionais