Salvini, aliado de Bolsonaro, é convocado pela Justiça italiana para depor sobre sequestro de imigrantes

Audiência no dia 3 de outubro decidirá se será aberto processo contra o ex-ministro do Interior e líder da extrema-direita do país, por impedir o desembarque de pessoas resgatadas no Mediterrâneo por um navio da Guarda Costeira, em julho de 2019

Matteo Salvini. Foto: Reprodução Facebook
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O senador Matteo Salvini, ex-ministro do Interior da Itália e um dos principais aliados internacionais de Jair Bolsonaro, terá que depor no Tribunal de Catânia, no sul do país, no próximo dia 3 de outubro.

A convocação tem relação com uma acusação contra o líder da extrema-direita  italiana, por suposto crime de sequestro de imigrantes: o parlamentar está sendo investigado pela ordem na qual impediu o desembarque de 131 imigrantes resgatados no Mediterrâneo pelo navio Gregoretti, da Guarda Costeira italiana – caso que ocorreu em julho de 2019, quando ele era ministro do Interior da Itália.

Um total de 116 das pessoas resgatadas foram mantidas presas na embarcação durante cinco dias, até que um acordo com outros países da União Europeia resolveu sua situação.

A audiência corresponde à fase preliminar do processo, e o Tribunal de Catânia (cidade do sul da Itália onde ocorreram os fatos denunciados) decidirá se tornará Salvini réu no processo. O Senado já autorizou a abertura do processo contra Salvini, mas cabe ao tribunal local a decisão final sobre tornar o ex-ministro réu do inquérito preliminar - ou seja, apontar se sua decisão de impedir o desembarque poderia configurar crime de sequestro.

Em suas redes sociais, Salvini já declarou que não pretende encarar a audiência sozinho: convocou seus seguidores para um protesto em frente ao tribunal de Catânia, no dia marcado para o seu comparecimento. “Enfrentarei o dia 3 de outubro de cabeça erguida e com um sorriso. Será uma festa de liberdade, democracia e orgulho italiano”, disse o líder ultradireitista.

“Convido desde hoje todos os italianos livres, honestos e orgulhosos a estarem lá. Catânia estará no centro das atenções de meio mundo porque este é um processo político, é um processo contra as ideias, é um processo contra a Itália”, completou.