O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta segunda-feira (4) que seu país está fortalecendo seus projetos em conjunto com a Argentina, o que inclui uma maior conexão do país sul-americano com a iniciativa da Nova Rota da Seda, que permitiria a cooperação entre os dois países em projetos de infraestrutura para o comércio e de desenvolvimento tecnológico.
Essa maior aproximação foi destacada pelo presidente chinês Xi Jinping, em uma entrevista para meios locais, nesta mesma segunda, como reporta a agência chinesa Xinhua. O mandatário asiático afirmou que vem tem mantido intensa troca de mensagens com seu colega argentino Alberto Fernández, a qual deve resultar em uma “parceria estratégica e abrangente entre os nossos países”.
Tal parceria poderia significar, também, um distanciamento entre a China e o Brasil, não só porque a Argentina concorre com o nosso país em muitos mercados de interesse dos chineses, mas sobretudo por um fator que não tem tanto a ver com o que os vizinhos fazem ou deixam de fazer: a forma hostil como o bolsonarismo trata o país asiático, alvo de costumazes ofensas, seja do chanceler Ernesto Araújo, ou dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, em especial o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), o mais envolvido da família em temas internacionais.
Alheio aos desatinos do bolsonarismo, Fernández vem conseguindo melhorar as relações da Argentina com a China, que não eram tão ruins nos tempos de Macri, mas que também sofriam com um fator que o Brasil também enfrenta nos dias de hoje: o escancarado favoritismo do governo pelos Estados Unidos de Donald Trump, a ponto até de ignorar o interesse nacional.
Recentemente, o presidente argentino fez declarações elogiosas à China, especialmente por seus excelentes resultados na contenção da pandemia de covid-19. Em troca, recebeu a promessa de Xi Jinping de incluir a Argentina em projetos científicos ligados à saúde, nos quais a China pretende se antecipar a possíveis novas epidemias.
No caso da iniciativa da Nova Rota da Seda, o objetivo é aumentar a conectividade e o fluxo comercial entre os países. Segundo Fernández, a Argentina “está pronta para fortalecer a cooperação com a China em vários setores, incluindo novas tecnologias para a saúde e as comunicações”.
Tanta boa disposição entre os dois países deve ser consolidada com uma visita de Alberto Fernández a Pequim, em meados deste ano de 2021, embora a data exata ainda não esteja confirmada.