RELIGIÃO E DIREITOS LGBTQIA+

Perseguição: Igreja Presbiteriana Independente decide se pode excluir membros LGBTQIA+

Uma semana após a Igreja Presbiteriana do Brasil colocar em pauta se fieis podem ser de esquerda, sínodo da Igreja Presbiteriana Independente em Natal-RN quer discutir perseguição a homoafetividade

Igreja Presbiteriana Independente da Lapa. Praça Reverendo János Apostol, Lapa, São Paulo, SP, Brasil. Imagem meramente ilustrativa..Igreja Presbiteriana Independente da Lapa. Praça Reverendo János Apostol, Lapa, São Paulo, SP, Brasil. Imagem meramente ilustrativa.Créditos: Dornicke / Wikimedia Commons
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Após o reverendo Osni Ferreira da Igreja Presbiteriana do Brasil (IBP) ser flagrado fazendo campanha para Jair Bolsonaro durante culto em Londrina, e a própria instituição ter marcado um encontro de cúpulas que deve ocorrer ainda nesta semana e que irá analisar resolução que estabelece ser incompatível a fé cristã com ideias e posições de esquerda, agora foi a vez de outra instituição, a Igreja Presbiteriana Independente do Brasil (IPIB), mostrar ao público sua proximidade com a extrema-direita.

Antes de tudo, é importante destacar que no sistema presbiteriano, os sínodos fazem a representação política de um Estado dentro de uma comunidade. É a partir deles que chegam as demandas e debates das igrejas espalhadas pelos territórios para serem encaminhadas às assembleias das cúpulas superiores que tomam as decisões. O Sínodo Reverendo Manoel Machado, localizado em Natal, representa o Rio Grande do Norte dentro da IPIB. E foi neste sínodo onde protocolaram três documentos aos quais a Revista Fórum teve acesso, e que buscam discutir a perseguição a membros da comunidade LGBTQIA+ dentro do âmbito religioso.

Em um primeiro documento, é solicitado pela organização do Sínodo do RN que a Assembleia Geral da IPIB não acate nenhum documento que proponha posicionamento da instituição favorável às relações homoafetivas e de identidade de gênero, além de não receber, nas igrejas locais, pessoas que militam em favor das causas LGBTQIA+. Além disso, o documento também determina o fim do contrato de professoras da FATIPI (Faculdade de Teologia de São Paulo, da IPIB) que defendam tais pautas e a substituição por professores que não as defendam.

Um segundo documento a que tivemos acesso pede a punição de membros que participaram de ato ecumênico em homenagem aos falecimentos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, em especial o afastamento de professores da FATIPI que foram prestar condolências aos dois. Um terceiro documento ainda pede a não votação, pelos órgãos superiores da instituição, de questões de cunho político e ideológico.

As solicitações devem ser discutidas ainda nessa semana pela Assembleia Geral da instituição.