Jornalistas, Rodrigo Vianna e Vera Magalhães trocaram farpas pelo Twitter em torno do convite para o ex-presidente Lula participar do programa Roda Viva, da TV Cultura, apresentada por ela.
"Há um ano, a jornalista @veramagalhaes foi questionada: por que Lula não é chamado para o @rodaviva ? Ela disse que Lula 'não é player [uau, ela fala inglês] da crise de Covid'. E que o petista é 'espantalho político'. Hoje Lula foi entrevistado na CNN pela Chistiane Amanpour", escreveu Vianna.
Crítica ferrenha do ex-presidente, a apresentadora do Roda Viva usou de ironia para rebater, dizendo que "seu querido Lula foi convidado há duas semanas". "Pede pra ele e os assessores dele responderem os convites oficiais. E segura sua torcida! Beijo", tuitou.
Na tréplica, Vianna sinalizou a relação estreita de Vera Magalhães com o governador João Doria (PSDB), que comanda a TV Cultura. "Uai, pede você, Vera! Ou então pede pro seu querido Dória dar um toque pro Lula... Tenho carinho pelo Roda Viva e pela emissora onde comecei no telejornalismo em 1992. Fico feliz que você tenha mudado de ideia sobre o Lula merecer ou não o convite. Ainda que ele prefira a CNN!".
Assessor do ex-presidente, José Chrispiniano entrou na conversa e apontou que Vera Magalhães está mentindo em relação à data do convite. "Na realidade o convite chegou faz seis dias", afirmou.
Sentiu?
Na sequência, Vera Magalhães, que trabalha na TV Cultura - emissora que é do governo de São Paulo, comandado por João Doria (PSDB) - e é casada com o ex-assessor do PSDB e ex-diretor executivo da revista Veja, Otávio Cabral, se irritou dizendo que a cobrança é feita por "parte da esquerda ressentida" e por isso "nunca" se ajoelhará a "algum político".
"Sabem qual o pano de fundo de abordagens como essa? Elas não escondem que para uma parte da esquerda ressentida você tem de capitular e dizer que Lula é herói. Sabem quando ajoelharei no altar de algum político? Nunca. Por isso a gritaria e o rebuliço. Adoro! E não tenho medinho", afirmou.
A irritação aumentou quando uma seguidora afirmou que a jornalista "sentiu".
"Você acha, Ava? Acha que quando uma mulher responde a um homem que tenta acossá-la com informações distorcidas é porque "sentiu"? Mesmo ela tendo 4 vezes mais seguidores que ele? Essa é sua noção de feminismo? Meus pêsames pra você", afirmou.
Também pelo Twitter, a jornalista Cynara Menezes, colaboradora da Fórum, afirmou que as críticas não estão atreladas "à sua condição de mulher". "Se você criticar uma mulher jornalista com insultos relativos à sua condição de mulher, é machismo. Se você criticar o trabalho jornalístico de uma mulher, seus equívocos factuais e suas "análises" parciais e raivosas, é apenas uma crítica ao trabalho jornalístico dela", afirmou.
"Aliás, só rememorando e atualizando sua informação: eu também informei que Lula foi convidado para o Roda Viva em 2019, antes, portanto, de eu chegar ao programa. Na ocasião quis ter direito a avaliar a bancada. Depois, sumiu e não respondeu o convite. Abç", tuitou, mais uma vez sobre o tema.
Jean Wyllys subiu o tom e classificou a jornalista como "equivocada, limitada, parcial, ressentida e elitista". "E oportunista. Cópia feminina dos jornalistas homens que pululam na imprensa comercial (a que serve aos partidos de direita e ao mercado financeiro). Não respeito".