Folha usa ultraneoliberal para defender Monark e Partido Nazista no Brasil

Em artigo, Gustavo Maultasch se coloca como "judeu e neto de sobreviventes do Holocausto" para distorcer o debate sobre a defesa de um partido nazista para atacar "muitos" que " têm criticado a opinião do podcaster Monark.

O apresentador do Flow Podcast, Monark (Reprodução/Twitter)
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Após causar revolta entre os próprios jornalistas ao dar espaço para o antropólogo Antonio Risério falar sobre "racismo reverso", a Folha de S.Paulo escalou um ultraneoliberal para defender o discurso de Bruno Aiub, o Monark, sobre a instituição de um partido nazista legalizado no Brasil.

Identificado como "diplomata e doutor em administração pública pela Universidade de Illinois - Chicago, foi network fellow do Centro de Ética de Harvard (2013-2014)", Gustavo Maultasch se coloca como "judeu e neto de sobreviventes do Holocausto" para distorcer o debate sobre a defesa de um partido nazista para atacar "muitos" que " têm criticado a opinião do podcaster Monark (Bruno Aiub) sobre liberdade de expressão como se ela fosse uma monstruosidade, algo que não deveria ser sequer pensado, muito menos dito".

"Onde já se viu alguém defender a liberdade de expressão para o nazismo?", ironiza em seu texto, deturpando totalmente o debate sobre a defesa de um partido nazista institucionalizado no Brasil.

Se colocando na defesa de "uma visão mais livre do debate público, como a dos Estados Unidos", Maultasch diz que esse ponto de vista "aceita a liberdade do nazista" para, entre outros, não se " censurar ideias legítimas de meros adversários políticos do governo; e acostumar a população à censura, à ideia de que não podemos pensar por si e de que o governo pode ditar o que podemos pensar e falar".

"Tradição judaica"

O texto chegou a ser compartilhado por Glenn Greenwald, que seguiu a mesma linha de raciocínio - da censura - para defender Monark nas redes sociais.

"Gustavo Maultasch é um judeu brasileiro, diplomata e neto de sobreviventes do Holocausto. Por favor, leia seu artigo na Folha por que a tradição judaica - vergonhosamente excluída da controvérsia Monark - o leva a apoiar a liberdade de expressão", escreve Greenwald, ignorando a manifestação de diversas entidades judaicas sobre o caso.

Nas redes - onde declara "opiniões sempre pessoais" - e em um aglutinador de textos, chamado de hipsteria coletiva, Maultasch destila, muitas vezes de forma irônica, teses ultraliberais para atacar o campo progressista, a esquerda e, mais especificamente, Lula e o PT.

Se colocando como analista independente, o escritor subsidia pautas ultraliberais sobre questões morais deturpando a interpretação das mesmas fontes usadas por Olavo de Carvalho, como A Revolução dos Bichos e 1984, de George Orwell, para criticar pautas como a diversidade representativa.

No seu último tuite, de 26 de julho de 2021, ele atribui o "crescimento da direita, inclusive em suas versões autoritárias (alt-right) a resposta a essa radicalização do progressismo".

"É preciso apontar a causa original real: a esquerda radicaliza a política e politiza a vida há década", escreve.

Além disso, Maultasch defende a "liberdade de expressão" de figuras como Allan dos Santos, que fugiu para os EUA após incitar Jair Bolsonaro (PL) a dar um golpe, e ataca opiniões racistas e lideranças do campo progressista.