Breque dos Apps: entregadores de aplicativos paralisam trabalhos e fazem ato em SP por melhores condições e vacina

Os entregadores, que denunciam taxas cada vez menores pagas pelas empresas, receberam apoio de professores e metroviários, que também exigem prioridade na vacinação contra a Covid e melhores condições de trabalho

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Entregadores que trabalham para empresas de aplicativos de comida, como iFood, Uber Eats e Rappi, voltaram a suspender as atividades, nesta sexta-feira (16), para exigir dessas companhias melhores condições de trabalho, além de reivindicarem ao poder público prioridade na vacinação contra a Covid-19.

A categoria realizou inúmeras mobilizações no início do ano passado, com uma grande greve sendo encampada no início da pandemia. Diante das medidas restritivas, necessárias para conter a disseminação do coronavírus, os entregadores se tornaram ainda mais essenciais, já que os restaurantes tiveram que ser fechados e o serviço de delivery "explodiu".

As empresas, segundo os entregadores, não atenderam as reivindicações e seguem reduzindo as taxas pagas aos trabalhadores, que atuam expostos com pouco ou sem nenhum suporte dessas companhias.

Para marcar o dia de paralisação, os entregadores se reuniram em frente ao Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho, o Estádio do Pacaembu, na capital paulista, e fizeram um grande buzinaço. Nas faixas erguidas pelos trabalhadores estavam grafadas frases como "vacinas para os entregadores de aplicativos já!" e "vamos lutar juntos por melhores condições".

Entregadores de aplicativos em ato em frente ao Estádio do Pacaembu (Reprodução)

A mobilização contou com o apoio de professores da rede pública de São Paulo, que também encampam uma "greve sanitária" contra o retorno presencial das aulas. Segundo os trabalhadores da Educação, as unidades escolares da capital não oferecem estrutura para garantir a segurança contra o contágio do coronavírus. Eles denunciam, inclusive, que inúmeros trabalhadores que voltaram às aulas presenciais morreram em decorrência da Covid-19.

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Os metroviários, categoria dos trabalhadores do Metrô de São Paulo, também se mobilizam nesta sexta-feira (16). Eles distribuíram em algumas estações uma carta aberta em que denunciam as más condições de trabalho, pedem por auxílio emergencial e vacina a todos e culpam o presidente Jair Bolsonaro pela situação calamitosa que o país se encontra. Eles também estão pedindo prioridade na vacinação contra a Covid e anunciaram que entrarão em greve a partir do dia 20 de abril. Alguns desses trabalhadores estiveram presentes no ato dos entregadores de aplicativos para apoiá-los.

Metroviários também estão em mobilização por vacina, auxílio emergencial e melhores condições de trabalho (Reprodução)