NEGLIGÊNCIA

Petrobras mantém P-51 em produção mesmo com heliponto interditado após acidente

Os petroleiros estão sob risco, pois com a interdição do heliponto os trabalhadores não têm acesso a um voo de emergência, em caso de necessidade

Sindipetro-NF denuncia descaso com trabalhadores.Créditos: Divulgação/Petrobras
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Mais de 48 horas após o acidente com uma aeronave no heliponto da plataforma P-51, na Bacia de Campos, a direção da Petrobras mantém a unidade funcionando normalmente. Com isso, os petroleiros estão sob risco, pois com a interdição do local de embarque e desembarque os trabalhadores não têm acesso a um voo de emergência, em caso de necessidade.

A situação contraria a Norma Regulamentadora 37 (NR-37). A norma prevê que “a operadora da instalação e as empresas prestadoras de serviços devem adotar medidas que visem à promoção, à proteção, à recuperação e à prevenção de agravos à saúde de todos os seus trabalhadores a bordo, de maneira a compreender ações em terra e a bordo”.

No caso de atendimento emergencial, “o resgate realizado por aeronave do tipo Evacuação Aeromédica - EVAM, a aeronave e a tripulação devem estar prontas para decolar em até 30 (trinta) minutos após o seu acionamento pelo médico regulador, sendo que tempos superiores a 30 (trinta) minutos devem ser justificados pela operadora da instalação; entretanto, o prazo para a decolagem não pode exceder a 45 (quarenta e cinco) minutos”.

“Como o heliponto está interditado, ele não está garantido para a P-51 o tempo para resgate aeromédico. A empresa está ignorando a norma e zombando da SRTE [Superintendência Regional de Trabalho e Emprego] e do MPT [Ministério Público do Trabalho], que são os órgãos fiscalizadores”, afirma o coordenador do Departamento de Saúde do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Alexandre Vieira.

Helicóptero se chocou ao helideck; não houve feridos

O acidente aconteceu na manhã de sábado (21), por volta das 7 horas, com o helicóptero da Omni táxi aéreo, prefixo PR-OHE, modelo S92. A aeronave retornava do voo de troca de turma do horário de 6h45. Após a decolagem na P-51 com destino ao Farol de São Tomé, o equipamento apresentou problemas técnicos quando levantava voo, a cerca de 1 m de altura, e se chocou ao helideck, onde está até agora. Não houve feridos.