CPI conclui: A cada 23 minutos, um jovem negro é assassinado no Brasil

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Senador Lindbergh Farias vai entregar o relatório final da comissão hoje e mostra dados alarmantes sobre a "guerra civil não declarada" que gera um verdadeiro extermínio da juventude pobre e negra brasileira Por Redação Mais de um ano depois de sua instalação, a CPI do Assassinato de Jovens vai apresentar seu relatório final nesta quarta-feira (7). A comissão ouviu mais de 200 pessoas em 29 audiências públicas em vários Estados com o objetivo de identificar as causas, origens e principais responsáveis pela violência contra os jovens, principalmente negros. O relatório produzido pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ) mostra que o homicídio continua sendo a principal causa de morte de jovens no Brasil. De todas as vítimas de homicídio no Brasil, 53% são jovens. Destes, 77% são negros e 93% do sexo masculino. A base de dados usada pela CPI foi o Mapa da Violência, publicação anual realizada desde 1998 pelo sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, feita a partir de dados oficiais recolhidos no Ministério da Saúde. O último estudo sobre o tema foi publicado em 2014 que contabilizou mortes do ano de 2012 aponta que cerca de 30 mil jovens entre 15 e 29 anos são assassinados no Brasil. No mesmo período, houve aumento no número de assassinatos de jovens negros de 32% e uma redução equivalente de mortes de jovens brancos. O relatório do senador mostra que um jovem negro é assassinado a cada 23 minutos no Brasil. Durante as audiências da CPI, os participantes consideraram que o país vive uma "guerra civil não declarada" que gera um verdadeiro extermínio da juventude pobre e negra. Os homens são 93% das vítimas e que 99% dos assassinatos cometidos por policiais no Rio de Janeiro durante confronto com suspeitos foram arquivados sem investigação. Como medidas para mudar o quadro, o relatório propõe três eixos básicos: o fim do auto de resistência; a elaboração de um Plano Nacional de Redução do Homicídio de Jovens; e a transparência dos dados sobre a segurança pública e violência. Clique aqui e acesse o relatório completo Imagem de Capa: Carlos Latuff