Apesar de recorde de desmatamento, Mourão vê “tendência de redução”

No entanto, vice-presidente não apresentou dados que comprovassem afirmação; ele disse que quatro estados concentram as maiores áreas devastadas na Amazônia

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Apesar de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) terem dado conta de um recorde de desmatamento na Amazônia em 12 anos, o vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira (30) que há “tendência de queda” na taxa.

A fala foi proferida em entrevista coletiva na sede do Inpe. O instituto divulgou nesta segunda-feira que, entre agosto de 2019 e julho de 2020, a Amazônia teve uma área desmatada de 11.088 km². O número é o maior desde 2008. E ainda representa aumento de 9,5% sobre a temporada anterior, de agosto de 2018 a julho de 2019.

Presidente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, Mourão disse que em maio as Forças Armadas foram colocadas em apoio a órgãos de fiscalização ambiental. Desde então, segundo ele, há uma “tendência de queda” nas taxas de desmatamento ilegal na Amazônia. “Estamos hoje vivendo esse processo”, alegou. No entanto, ele não apresentou dados que sustentassem sua afirmação.

O vice-presidente disse ainda que a alta de 9,5% ficou abaixo do que o governo esperava para o período. “Nossas estimativas eram mais negativas, de aumento de 20% em relação ano passado”, afirmou.

A área recorde desmatada foi o primeiro dado que abrange apenas períodos em que Jair Bolsonaro (sem partido) já estava na Presidência. No número anterior, ainda estavam englobados meses sob o governo de Michel Temer (MDB).

Quatro estados

Segundo Mourão, o desmatamento do bioma Amazônia é concentrado em quatro estados, responsáveis por 80% a 85% das áreas devastadas.

O campeão seria o Pará, com 47% de toda a área de floresta perdida, de acordo com o vice-presidente. “Depois, na faixa de 15% no Mato Grosso, 15% no Amazonas e um pouco em Rondônia”, afirmou.

Esse conhecimento, segundo Mourão, permite uma ação mais efetiva de combate à prática. “Temos consciência de qual é a área que temos que atuar em força”, declarou.