Após protestos de estudantes secundaristas no Paraguai, ministra de Educação renuncia

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Estudantes dizem que saída de Marta Lafuente é apenas 'primeiro passo' para mudanças no ensino público no país e que continuarão com ocupações em suas escolas Por Opera Mundi A ministra de Educação e Cultura do Paraguai, Marta Lafuente, renunciou nesta quinta-feira (05/05), dois dias depois do início dos protestos estudantis que reivindicavam sua saída do governo e melhorias para o setor. “Vou com a honra intacta e por respeito ao presidente [Horácio Cartes], me coloco de lado; missão cumprida”, informou aos jornalistas em uma coletiva de imprensa. Desde terça-feira (03/05), estudantes secundaristas de escolas públicas ocuparam suas instituições de ensino e realizaram marchas em Assunção e em diversas cidades do Paraguai. Segundo a agência de notícias Associated Press, 72 instituições foram ocupadas, e alunos de outras 600 escolas se mobilizaram em apoio ao movimento.
Os estudantes afirmam que o Ministério da Educação e Cultura não cumpriu os compromissos firmados depois de protestos realizados no ano passado, que incluíam entrega de livros e refeições gratuitas e a melhoria na infraestrutura das escolas. Lafuente também enfrentava críticas por seu suposto envolvimento em denúncias de superfaturamento na licitação para compra de água e alimentos, que são negadas pela agora ex-ministra. O Ministério de Educação e Cultura alega falta de recursos para a compra de material didático e argumenta que a responsabilidade sobre as refeições está com os departamentos e municípios.
Protestos continuam
Após a renúncia de Lafuente, os estudantes realizaram uma entrevista coletiva à imprensa paraguaia em que reivindicaram uma reunião com o presidente paraguaio, Horácio Cartes, para apresentar suas demandas.
 
Segundo os secundaristas, a renúncia da ministra é apenas o “primeiro” passo para mudanças na educação do Paraguai. Mais do que a figura de um novo ministro, o fundamental para eles é uma mudança estrutural no Ministério. "Entendemos que com este sistema nenhum ministro será capaz de operar bem", declararam durante a entrevista.
Eles disseram também que manterão os protestos e as ocupações até que suas pautas sejam atendidas e se comprometeram a repor as aulas perdidas durante as férias de inverno, em julho. "Estamos conscientes que esta mobilização prejudica o já pouco ensino que este sistema precário nos oferece", afirmaram.
Foto: Reprodução/Facebook