O governo Jair Bolsonaro e a sua atuação na pandemia de coronavírus voltaram a ser alvo de críticas nas Nações Unidas. Um informe da Relatoria Especial da ONU para o direito à educação aponta para o "desmantelamento das políticas públicas" no Brasil e, segundo a avaliação, essas medidas em diversas áreas comprometeram o combate à covid-19 no país.
"Medidas de austeridade e cortes no orçamento dos sistemas públicos de ensino enfraqueceram a capacidade de administrar a crise educacional e garantir a proteção a todos", diz o relatório sobre o impacto da covid-19 na educação, assinado pela relatora especial Boly Barry e divulgado pelo jornalista Jamil Chade.
Outros mecanismos da ONU e a própria alta comissária para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, já tinham criticado o governo Bolsonaro por sua gestão da crise. Indígenas, ONGs e o governo da Suíça também denunciaram o presidente nos últimos dias.
Segundo o informe, "cortes no financiamento e a contenção de gastos públicos levaram a um desmantelamento das políticas públicas" acabaram fazendo com que estruturas importantes "não atuassem de maneira forte e urgente em resposta à pandemia".
Já os "países que investiram na proteção de direitos econômicos, sociais e culturais, os quais estabeleceram cooperação e confiança na sociedade civil, estão melhores equipados para responder às crises", escreveu Boly.
Os informes e denúncias na ONU não resultam diretamente em sanções, mas têm impacto na imagem de um país perante os demais e os últimos casos aprofundam a crise de credibilidade do governo Bolsonaro no cenário internacional.