Blocos do Rio não vão tocar marchinhas tradicionais consideradas machistas e homofóbicas

Marchinhas como “Maria Sapatão”, “ Cabeleira do Zezé”, “O Teu Cabelo não Nega” e“Índio quer Apito”, por serem consideradass homofóbicas, machistas e racistas, além de "Tropicália", de Caetano, por conter a palavra "mulata", vão ficar de fora dos desfiles de alguns blocos do Rio.

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Marchinhas como “Maria Sapatão”, “ Cabeleira do Zezé”, “O Teu Cabelo não Nega” e“Índio quer Apito”, por serem consideradass homofóbicas, machistas e racistas, além de "Tropicália", de Caetano, por conter a palavra "mulata", vão ficar de fora dos desfiles de alguns blocos do Rio. Da Redação com Informações do Estadão Alguns blocos do Rio de Janeiro optaram este ano por deixar de lado algumas marchinhas famosas de lado. A razão, de acordo com participantes, é bastante óbvia. Canções como “Maria Sapatão” e“ Cabeleira do Zezé” são homofóbicas e “O Teu Cabelo não Nega” é racista. Além delas, ainda entra na lista “Índio quer Apito”. Segundo informações do jornal O Globo, há pelo menos três blocos defendendo que essas marchinhas sejam banidas. "Se a gente é um bloco feminista, não temos como passar ao largo dessas coisas. Se isso está sendo considerado ofensivo, acho que a gente não deve fazer coro", disse Renata Rodrigues, uma das organizadoras do bloco Mulheres Rodadas, em entrevista à rádio CBN. Ela também afirmou que o termo "mulata" fez o bloco retirar de sua lista a música "Tropicália", de Caetano Veloso. "A gente tocava ''Tropicália', do Caetano Veloso. Agora, com toda a onda desse questionamento, principalmente, em função da palavra mulata, a gente está discutindo e vamos decidir se continuaremos tocando essa música ou não", afirmou. A decisão não é unânime, e alguns blocos fazem questão de manter as músicas no repertório. É o que afirma Rita Fernandes, presidente da Sebastiana, associação que representa 11 blocos do Rio. "Nenhum bloco da Sebastiana está tirando marchinha do repertório. Os blocos acham que as marchinhas são antigas, tradicionais e tinham um contexto, sem ter preconceito. Foram criadas numa determinada época. A vida fica muito sem graça se tudo tiver que ser enquadrado, perdendo a leveza e a brincadeira, que são a essência do carnaval.