Bordadeiras denunciam genocídio do governo Bolsonaro em frente ao Congresso

Artesãs de todo Brasil protestaram por meio da arte do bordado, com peças que expunham o luto pelas vidas perdidas e a revolta com a condução dada pelo Executivo federal nos rumos da pandemia

Foto: Projeto A Memória Não Morrerá
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O Projeto A Memória Não Morrerá, que reúne coletivos de bordadeiras de todo o país se reuniu nesta quarta-feira (23), em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, para denunciar e responsabilizar o governo Bolsonaro pelas mais de 500 mil mortes por Covid-19 no Brasil. O ato, um cortejo fúnebre, expôs 12 peças com diferentes bordados, expressando o luto, a saudade de quem partiu e os atos criminosos do presidente da República que contribuem para o imenso pesar que vive o povo brasileiro.

Elas que, desde o início da pandemia, têm se organizado em diferentes formas de protesto, a partir de bordados vieram de vários estados, trazendo sua arte, desenhada pela paciência e pela força dos que ficaram e estão sobrevivendo à pandemia e ao genocídio impetrado por Bolsonaro. Os bordados trazem nomes, corações cheios de saudade, corações vazios pelo luto e muito protesto.

Em cores, pontos, vão se formando os desenhos que expressam a indignação e a tristeza. “É crime”, “Governo genocida!”, “Em defesa do SUS”, dizem os bordados. Marias, Joãos, Antônios, Flávias, Silvas, são os nomes de brasileiros que morreram representados nos painéis.

Foto: Projeto A Memória Não Morrerá

Durante o evento, que contou com cerca de 30 bordadeiras, as manifestantes leram uma carta na qual expressam seus sentimentos para além dos bordados: “Não vamos nos calar, não podemos aceitar esse governo fascista, cruel, antidemocrático e negacionista. A sociedade não aceita esse retrocesso e não aceitamos que mais vidas sejam ceifadas pela omissão e descaso de um genocida no Planalto. Nós não vamos parar de bordar e denunciar a verdadeira face do Bolsonaro!”, disse Maria Eugênia, da Linhas do Rio.

O deputado federal Bohn Gass (PT/RS) compareceu ao ato, reforçando a luta contra o governo genocida e em apoio às artesãs. “Agradecemos ao empenho e à luta de todas e todos vocês, porque é pela manifestação da sociedade que esse governo vai cair. Sabemos da dor e do sofrimento do povo brasileiro e estamos juntos, nessa luta e nesse luto, para somar nossas forças e construir um país melhor para todos. Nós já temos referência do que é um Brasil forte e vamos retomar esse projeto de governo popular”, disse o parlamentar.

Estiveram presentes o presidente do PT Brasília, José Wilson, o coordenador do Núcleo em Defesa da Democracia – NDD Margarida Alves – Nonato Souza, a presidente do Núcleo de Base Marisa Letícia, o representante da deputada Arlete Sampaio (PT/DF), Gabriel Magno, entre outros.

Participaram do ato as Linhas do Rio (RJ), Linhas do Horizonte (BH), Linhas do Mar (Caraguatatuba), Linhas de Santos (Santos), Pontos de Luta (BH), Bordaluta (Brasília), Mulheres de Resistência no Exterior (Nova Iorque), bem como colaborações individuais de Olinda, Niterói, Curitiba e Rio de Janeiro.

 O protesto foi transmitido ao vivo pela página do Partido dos Trabalhadores no Facebook e redes parceiras.