Em mensagem, Dominguetti diz ter resposta sobre compra de vacina do "Gabinete da Presidência da República"

Policial que negociava vacinas em nome do governo também prometia encontro entre o presidente Bolsonaro e o CEO da Davatti

Dominghetti - Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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O policial militar Paulo Dominguetti, ao que tudo indica, foi uma testemunha plantada na CPI da Covid para tumultuar os trabalhos e desacreditar as denúncias dos irmãos Miranda, mas, e para usar um jargão da milícia, a missão parece ter falhado.

No dia de seu depoimento, depois de ser desmentido ao vivo ao apresentar um áudio editado, o celular do cabo da Polícia Militar foi apreendido para ser vistoriado e mensagens encontradas em seu aparelho revelam que Dominguetti teria recebido informações privilegiadas sobre a negociação de vacinas diretamente do gabinete do presidente da República.

Em mensagem enviada no dia 9 de março, Dominguetti escreve para Cristiano Carvalho, CEO da Davatti, empresa que prometia milhares de doses da AstraZeneca ao governo. "Já me posicionaram aqui. Amanhã até 12h passam o e-mail a ele. Só a quantidade que não tem ainda", diz Dominguetti.

Por sua vez, o CEO da Davatti quer saber a origem da informação de Dominguetti. "Informação o Blanco, posso dizer", pergunta Cristiano. "Gabinete da Presidência da República. Melhor que ele", responde o policial.

Em mensagens trocadas no dia 13 de março, Dominguetti diz ao CEO da Davatti que está próximo de conseguir uma agenda com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

"Estão viabilizando sua agenda com o presidente", diz o policial ao CEO da Davatti.