Egito condena três jornalistas da Al Jazeera sem provas concretas

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Dois jornalistas da Al Jazeera foram condenados a sete anos de prisão e outro a dez anos. Eles foram acusados de auxiliarem a Irmandade Muçulmana e divulgarem notícias falsas sobre o governo do Egito Por Redação O veredito de culpados foi anunciado por um juiz nessa segunda-feira (23) contra Peter Greste, Mohamed Fahmy e Baher Mohamed. Greste e Fahmy foram sentenciados a sete anos de prisão, enquanto Baher recebeu uma pena adicional de três anos por posse de munição – no entanto, ele estava em posse de uma capsula de bala que ele encontrou no chão durante um protesto. Todos eles, junto da Al Jazeera, rejeitaram as acusações e mantém a posição de inocentes. Os três jornalistas foram presos na capital do país, Cairo, em dezembro passado, enquanto cobriam os protestos consequentes do golpe militar contra Mohamed Morsi em julho de 2013. A acusação alegou que Greste, correspondente do canal no leste da África, e seus colegas de escritório no Egito, ajudaram a Irmandade e produziram falsas notícias sobre a situação do país. A Irmandade Muçulmana, que apoiava Morsi, foi classificada como uma organização terrorista pelo governo interino do Egito, pouco tempo depois dos jornalistas terem sido presos. Como evidência, a acusação incluiu um podcast para a BBC, um artigo escrito enquanto nenhum deles estavam de fato no Egito, um vídeo pop do cantor australiano Gotye e diversas gravações que não estavam relacionadas com o Egito. Por sua vez, a defesa manteve que os jornalistas foram erroneamente presos e que a acusação falhou em apresentar qualquer prova concreta sobre às acusações a qual foram julgados. O diretor ingles da Al Jazeera, Al Anstey, disse que os vereditos desafiavam a “lógica, o bom senso e qualquer coisa parecida com a justiça”: “Hoje, três colegas e amigos foram condenados e irão continuar atrás das grades por realizarem um brilhante trabalho em serem grandes jornalistas. São ‘culpados’’ de cobrirem histórias com grande habilidade e integridade. São ‘culpados’ por defenderem os direitos das pessoas de saberem o que está acontecendo no mundo”, disse Anstey em declaração oficial. “Peter, Mohamed e Baher, além de seis outros de nossos colegas, foram sentenciados apesar do fato de não existir um só traço de evidência que sustentasse as acusações extraordinariamente falsas contra eles”, completou Anstey.