Em Brasília, movimentos sociais fazem resistência ao golpe

Bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta foram utilizados contra os manifestantes pró-Dilma em frente ao Congresso Nacional. Movimentos prometem reforçar a resistência em um eventual governo Temer para não permitir retrocessos.

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Bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta foram utilizados contra os manifestantes pró-Dilma em frente ao Congresso Nacional. Movimentos prometem reforçar a resistência em um eventual governo Temer para não permitir retrocessos  Por Maíra Streit, de Brasília [caption id="attachment_83214" align="alignright" width="398"]DSC_5473 Marcos Xukuru: "Vamos seguir com as cobranças"[/caption] Manifestantes contrários ao impeachment de Dilma Rousseff se reuniram desde as 17h desta quarta-feira (11) em frente ao Congresso Nacional para pressionar os parlamentares durante a votação do afastamento da presidenta no Senado. O protesto contou com representantes de diferentes movimentos sociais e teve momentos de tensão, ao serem usadas bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta pela Polícia Militar para dispersar os militantes. Cerca de 80 indígenas de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Ceará estiveram do ato. Eles deixaram o acampamento Terra Livre, onde participam de atividades em Brasília durante a semana, e tomaram a Esplanada dos Ministérios em uma manifestação em defesa da democracia. De acordo com o líder Marcos Xukuru, o grupo reivindica melhorias na educação e saúde indígenas, além da questão das demarcações de terras. [caption id="attachment_83211" align="alignleft" width="391"]DSC_5330 "Estamos em um momento de vigília”, destaca atriz Luaa Gabanini[/caption] Para Xukuru, um eventual governo do PMDB põe em risco direitos já conquistados, principalmente devido ao vínculo do partido com a bancada ruralista no Congresso. “Vamos seguir com essas cobranças. Os povos indígenas sempre resistiram. São 500 anos de resistência”, destacou. Na opinião de Maria Joana Mendes, membro do Movimento de Mulheres Negras de Brasília, os últimos anos foram de muitos avanços, com a implementação do sistema de cotas e da lei 10.639, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nas escolas. Segundo ela, a atenção dada à comunidade negra fez com que pautas importantes ganhassem visibilidade no país. [caption id="attachment_83210" align="alignright" width="398"]DSC_5489 Maria Joana, do Movimento de Mulheres Negras de Brasília[/caption] Já Luaa Gabanini foi ao protesto para chamar a atenção para possíveis retrocessos na área cultural, caso o vice-presidente Michel Temer venha a assumir o comando do Brasil. A atriz coordenou uma performance no fim da tarde de hoje, à frente do coletivo Arte pela Democracia, com várias mulheres vestidas de vermelho. Elas rasgaram simbolicamente títulos de eleitores para mostrar que a tentativa de golpe em curso no país é um desrespeito ao voto popular. “A Constituição também foi rasgada. Estamos em um momento de alerta e vigília”, lamentou Gabanini, ressaltando que é preciso continuar acompanhando as manobras da oposição contra o governo, que foi eleito democraticamente. DSC_5537DSC_5254DSC_5436Fotos: Arnaldo Saldanha