Lindbergh vai para cima de Moro: "Não deixa de ser interessante vossa presença para discutir abuso de autoridade"

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Em debate no Senado para discutir abuso de autoridade, com a presença do juiz da Lava Jato, o senador Lindbergh Farias o questionou sobre arbitrariedades cometidas na condução das investigações. "O senhor fala muito dos EUA. Imagina um juiz de primeira instância do Texas gravar e divulgar uma conversa entre o Bill Clinton e o Barack Obama? O que aconteceria com ele?" Moro não respondeu. Assista Por Redação Foi realizado na tarde desta quinta-feira (1), no Senado Federal, um debate sobre o projeto de abuso de autoridade que vem sendo discutido pelos parlamentares. O encontro contou com a presença do juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da operação Lava Jato. Lindbergh Farias (PT), que já chegou a ser investigado por Moro mas teve seu caso arquivado por falta de provas, questionou, ao longo de toda a sua fala, as arbitrariedades que vem sendo cometidas pelo juiz da Lava Jato, e ironizou. "Não deixa de ser interessante vossa presença, Sérgio Moro, para discutir abuso de autoridade". Em sua fala, Moro tentou minimizar e disse que não acreditava estar acima da lei, mas que se esforça para cumpri-la, e dirigiu a palavra a Lindbergh. "Parece-me claro que a intenção que subjaz - não digo em relação a todos - é de que o projeto de lei de abuso de autoridade seja utilizado especificamente para criminalizar condutas de autoridades envolvidas na operação Lava Jato. Para mim, ficou evidente, com o discurso do eminente senador, que o propósito é exatamente esse, ao afirmar aqui categoricamente que eu tenha cometido atos de abuso de autoridade na condução dessa operação", afirmou. Ao ser diretamente confrontado pelo senador petista, no entanto, o juiz permaneceu calado. Lindbergh questionou Moro quanto à condução coercitiva do ex-presidente Lula e as interceptações telefônicas que envolviam a ex-presidenta Dilma e que foram divulgadas para a imprensa. "O senhor fala muito dos EUA, gosta muito de ir pra lá... imagina um juiz de primeira instância do Texas gravar e divulgar uma conversa entre o Bill Clinton e o Barack Obama? O que aconteceria com ele?", indagou o parlamentar. Assista.