Em meio à eleição, governo Doria anuncia aumento de internações por Covid, sem novas medidas de contenção

Foi a segunda semana seguida de alta nas hospitalizações no estado; secretário alegou que dados de casos ainda não estão estabilizados para avaliar novas iniciativas

Jean Gorinchteyn, secretário da Saúde de SP, e o infectologista David Uip em entrevista (Foto Governo do Estado de SP)
Escrito en CORONAVÍRUS el

No meio da campanha para o segundo turno das eleições municipais, o governo João Doria (PSDB) anunciou nesta segunda-feira (23) um novo aumento no total de internações hospitalares por Covid-19. Na última semana, a alta foi de 17% em relação à anterior, que já havia registrado crescimento de 18%.

No período de 1º a 7 de novembro, a média diária de internações por Covid no estado foi de 857. Na semana seguinte, de 8 a 14 de novembro, ela foi para 1.010 e, na semana passada, subiu para 1.180. Foi um aumento de 37,7% nas duas semanas.

Apesar desse segundo aumento, o governo tucano não falou em tomar novas medidas para contenção da infecção pelo novo coronavírus. Iniciativas mais restritivas não têm aceitação por boa parte da população. Tanto Doria quanto o prefeito Bruno Covas (PSDB), candidato à reeleição, sofreram críticas de diversos setores devido às restrições impostas a atividades econômicas no início da quarentena. Foram alvo especialmente de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), crítico ferrenho do isolamento social.

Na semana passada, Doria havia dito que novas medidas, se necessárias, só seriam anunciadas na próxima segunda-feira (30), um dia depois da votação do segundo turno. A data foi questionada pelo candidato do PSOL à prefeitura paulistana, Guilherme Boulos, durante debate promovido pela TV Bandeirantes na última quinta-feira (19).

Doria não esteve presente na entrevista coletiva desta segunda. Quem conduziu o evento foi o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn. Segundo ele, os dados de novos casos de Covid-19 caíram na semana passada, contradizendo a alta de números de internações.

Para ele, essa divergência pode se explicar pela instabilidade do sistema do Ministério da Saúde e os dados ainda podem estar represados. “Os dados desta semana não permitirão uma análise de forma mais robusta sobre a dinâmica de pandemia no nosso estado, para que medidas possam ser instituídas de maneira adequada”, afirmou.

Temas