Em parque público de São Paulo, palhaço de rua é constrangido e intimidado na frente de crianças

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Fabio Angelus, que dá vida ao Palhaço Zé Cenoura, teve sua apresentação interrompida por seguranças do Parque do Povo - um espaço público da zona sul da capital paulista. "A todas as crianças presentes, espero que fique a lembrança das risadas e da diversão do começo do show (...) Alô prefeito Dória, arte de rua é livre!", desabafou o artista Por Redação A repressão aos artesãos, artistas, cozinheiros, músicos e quase todos aqueles que trabalham na rua só cresce desde que o prefeito João Doria (PSDB) assumiu o Executivo da capital paulista. Depois dos pixadores e grafiteitos, dos moradores de rua e dos vendedores de artesanado, agora até pequenos grupos de teatro ou artistas solitários vêm sendo alvo da "Cidade Linda" do tucano. No último domingo (5) a vítima foi o inocente Palhaço Cenoura. Quem dá vida ao personagem, que faz apresentações voltadas ao público infantil, é o artista Fabio Angelus. Ele contou, através de seu Facebook, que estava apresentando um número no Parque do Povo - um espaço público localizado na zona sul da capital paulista - quando teve sua apresentação interrompida pela segurança do parque, que teria o ameaçado, repreendido e ofendido de forma gratuita e, o pior, em frente a plateia composta majoritariamente por crianças. "Ao publico presente eu peço as mais sinceras desculpas pelas cenas lamentáveis e pela forma como o Palhaço Zé Cenoura foi tratado pela equipe do parque. A todas as crianças presentes, espero que fique a lembrança das risadas e da diversão do começo do show", disse. Em seu depoimento, Fabio garantiu que, mesmo com a repressão, continuará insistindo em suas apresentações. "Este é meu trabalho, ganha pão e sustento. Não tenho como me dar ao luxo de aceitar os caprichos e repressões da atual administração de SP. Enquanto o povo quiser me assistir e rir das minhas bestagens, batalharei pelo direto de me apresentar publicamente", afirmou. Apesar da segurança do parque ser de uma empresa privada, quem faz a administração do local e contrata a empresa, bem como supervisiona seu trabalho, é a prefeitura de São Paulo. Por isso, em seu depoimento, o artista fez questão de direcionar suas críticas à gestão municipal. "Alô prefeito Dória, arte de rua é LIVRE! Passar o chapéu e receber a contribuição espontânea do público é tradição milenar. Prefeito, vai arrumar o que fazer e deixa quem tá trabalhando ganhar o pão em paz!", escreveu. Procurada pela reportagem, a prefeitura de São Paulo ainda não se manifestou sobre o ocorrido. Confira a íntegra do depoimento de Fabio Angelus. Foto: Reprodução/Facebook