Empresa terá que indenizar funcionária negra que foi amarrada por sair mais cedo

A Autoliv do Brasil não demitiu os funcionários que cometeram crime de racismo e danos morais, em Taubaté (SP)

Autoliv do Brasil, em Taubaté, São Paulo (Foto: Reprodução)
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A empresa Autoliv do Brasil, fabricante de peças da indústria automobilística sediada em Taubaté (SP), terá que indenizar uma funcionária em R$ 180 mil por danos morais e racismo.

A funcionária foi amarrada como punição por ter saído mais cedo do expediente. A decisão da 7ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região foi proferida na última terça-feira (12).

O caso aconteceu em 2015. Segundo o processo, a funcionária saiu mais cedo do trabalho e, no dia seguinte, dois superiores passaram fita crepe nos pulsos da vítima e em seus próprios braços, prendendo a funcionária a eles. Em seguida, a mulher de 42 anos foi arrastada pelo galpão da empresa para servir de exemplo para outros funcionários não cometerem o mesmo erro. A ação foi confirmada pelos acusados em depoimento.

Além de ter sido agredida fisicamente, a funcionária também sofreu racismo na empresa. De acordo com o processo, um dos chefes parabenizou a mulher pelo seu dia. A vítima ficou sem entender, pois não era seu aniversário. Questionado, o chefe respondeu: “Por ser o dia do negro, em referência ao Dia da Consciência Negra”.

A Autoliv não demitiu os funcionários condenados.

Com informações da revista Carta Capital