Facebook bloqueia crítico de cinema por postagem contra a bancada evangélica do Congresso

Pablo Villaça, editor do site Cinema em Cena, ficou suspenso da rede social por quatro dias após contestar ação de boicote promovida por parlamentares evangélicos à novela global Babilônia.

(Reprodução/Facebook)
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Pablo Villaça, editor do site Cinema em Cena, ficou suspenso da rede social por quatro dias após contestar ação de boicote promovida por parlamentares evangélicos à novela global Babilônia Por Anna Beatriz Anjos [caption id="attachment_62266" align="alignleft" width="300"](Reprodução/Facebook) O recado apagado pelo Facebook (Reprodução/Facebook)[/caption] O escritor e crítico de cinema Pablo Villaça, editor do site Cinema em Cena, teve seu perfil no Facebook bloqueado por quatro dias graças a uma postagem em que contesta a ação de boicote promovida pela bancada evangélica do Congresso à novela global Babilônia, após exibição do beijo gay entre as atrizes Fernanda Montenegro e Nathália Timberg. Segundo Villaça, a publicação, feita em 21 de março, já contava com cerca de 20 mil curtidas quando foi repreendida pelo Facebook, no dia 25. "Fui entrar pelo celular e vi que havia sido deslogado. Loguei novamente e recebi mensagem de que um post meu havia sido apagado por 'infringir termos de política de comportamento do facebook'", conta. "Não podia publicar mais nada, curtir, compartilhar, nada. Só o chat funcionava. Mandei duas mensagens através do formulário que linkaram na mensagem de suspensão caso eu a considerasse 'injusta'. Não me responderam". O crítico de cinema reclama da medida tomada pela rede social, já que o post não continha nenhum tipo de ofensa ou colocação que incitasse o ódio. "Aparentemente, protestar contra intolerância é proibido, embora postar mensagens racistas, misóginas, homofóbicas e que estimulam ódio por ideologia política não o sejam", argumenta. Para ele, a sensação é de "frustração e desesperança", além de "temor pelo poder crescente de fundamentalistas religiosos que conseguem levar o Facebook a suspender alguém por simplesmente criticar intolerância religiosa e homofobia". Villaça destaca, ainda, a contradição exposta pelo episódio. "Uma ferramenta como o Facebook deveria servir para democratizar a comunicação e dar voz a minorias oprimidas, não para calar aqueles que defendem seus direitos e protestam contra a violência à qual são rotineiramente submetidas", assinala. A Fórum entrou em contato com o Facebook, mas ainda não obteve posicionamento por parte da empresa.