Fisk: Rojões de lata não são "segunda frente"

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A "Frente Popular para a Liberação da Palestina – Comando Geral" (FPLP-CG) – as aspas são necessárias, porque são no máximo 500 quadros – é responsável por todos os rojões de lata disparados contra Israel semana passada.

Não há qualquer "segunda frente de combate". Não é o início da luta "na frente norte". Não houve feridos, quando três rojões de lata disparados do sul do Líbano caíram em áreas de campo aberto perto da cidade israelense de Kiryat Shemona, ontem. Nem uma chuva de rojões ultrapassados – "são modelo 1944, conheço-os", como disse um Palestinense em Beirute, ontem" – conseguirá iniciar outro conflito contra o Hamás em Gaza.

No Líbano, as armas estão em silêncio – e quando falarem, o mundo logo saberá que falaram.

O Hizbóllah nada tem a ver com os rojões de lata de ontem nem da semana passada – embora seja estranho que o Hizbóllah, milícia alimentada com armas iranianas, tenha fracassado pela segunda vez, ao não conseguir impedir a ação da FPLP-CG, nesse ataque à fronteira com Israel. E a desastrada e inoportuna tentativa de iniciar novo confronto só conseguiu, mesmo, reativar as divisões internas na comunidade de refugiados palestinenses no campo de refugiados de Ein el-Hilweh a leste de Sidon.

No Oriente, a FPLP-CG é problema de que ninguém fala. Muitos árabes suspeitam que tenham estado por trás do bombardeio de Lockerbie. Havia a mesma suspeita também entre muitos ?analistas? orientais, até precisaram dos apoiadores sírios da FPLP-CG, depois que Saddam Hussein invadiu o Kuwait em 1990 – soldados sírios foram enviados à Arábia Saudita para ajudar a defender o reino. Foi então que um certo Sr. Megrahi passou a ser o bandidão e os rapazes da FPLP-CG passaram a ser "os mocinhos" do Oriente Médio.
A Força de Paz da ONU no sul do Líbano deveria ter pressentido a mais recente ação do grupo – mas nem estavam prestando atenção, porque a ONU confia no Hizbóllah para proteger seus soldados contra "a al-Qa?ida". Israel sabe de tudo isso. E, ontem, Israel não quis bombardear as tropas da Força de Paz da ONU – o que Israel fará adiante, quando for hora.

Os israelenses não querem uma segunda guerra imediatamente. Não é hora de inventar que a "Frente Popular de Libertação da Palestina-Comando Geral" e seus ninhos à volta de Sidon são "o centro do terror universal". Essa é a surpresa que Israel reserva para os "analistas" orientais – e para o governo Obama –, cada coisa a seu tempo.

Publicado originalmente no The Independent.