Freixo: “Eleição de Aécio será o maior retrocesso da história da República”

Deputado do PSOL desmente negociação com o PT, confirma apoio à Dilma e ataca tucanos: “O PSDB não pode se colocar como a solução comportamental do enfrentamento à corrupção” Por Igor Carvalho O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) justificou, nesta segunda-feira (13), em entrevista exclusiva à Fórum, o seu apoio à candidatura da presidenta Dilma Rousseff (PT), que disputa o segundo turno das eleições presidenciais com Aécio Neves (PSDB). Para o psolista, uma vitória do tucano representaria o "maior retrocesso da história da República". Freixo explicou que a crítica feita ao PT, hoje, é baseada no “debate sobre a corrupção”, mas que esse “não pode ser um debate comportamental, porque a corrupção é estrutural e sistêmica” e o PSDB seria parte dessa mesma lógica. “O Aécio é uma bandeira moralista que não tem condições de ser isso. Se alguém condena o ‘mensalão’ do PT, como eu condeno, deveria condenar também o ‘mensalão’ do PSDB em Minas Gerais. Aliás, Minas o condenou derrotando o Aécio e o candidato dele nas urnas. Além disso, a própria reeleição do FHC e o governo do Marcelo Alencar (PSDB) no Rio de Janeiro são outros exemplos de corrupção. O PSDB não pode se colocar como a solução comportamental do enfrentamento à corrupção”, afirmou o psolista. Ainda falando sobre a crítica feita ao PT, Freixo reafirmou sua posição antagônica ao governo petista e fez questão de desvincular seu apoio de uma participação futura em uma possível nova gestão de Dilma.  “Eu não vou indicar ninguém e nem ocuparei cargos. Eu tenho muitas críticas ao PT. Por exemplo, acho um desastre a política agrária e acho um absurdo o pagamento de 9 dias de juros aos bancos ter o mesmo valor de um ano de Bolsa Família, entre outras coisas”, ressaltou. Prefeitura do RJ Marcelo Freixo não esconde que será candidato do PSOL à prefeitura do Rio de Janeiro em 2016. Com o apoio à Dilma, o presidente do PT no estado, Washington Quaquá, afirmou que o partido pode apoiar o psolista na campanha eleitoral. “Acho ótimo que o PT queira voltar para a esquerda, mas me apoiar não significa uma distribuição de cargos e nem tempo de TV, essa lógica de aliança eu não vou reproduzir”, alertou Freixo, que negou que vá encontrar Quaquá para acertar detalhes do apoio à presidenta. O psolista irá aguardar o próximo debate entre os presidenciáveis, na terça-feira (14), na Bandeirantes, para definir o tom do apoio à Dilma, que por enquanto se restringe a uma declaração pessoal de voto. Freixo quer saber se a candidatura da petista irá se comprometer com pautas progressistas. A entrevista completa com o deputado Marcelo Freixo estará na próxima edição da Fórum Semanal.