O agente da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo que foi filmado agredindo uma mulher trans e negra pelas costas foi afastado das ruas em uma decisão conjunta da corporação e da Prefeitura de São Paulo.
Nesta quinta-feira (7), câmeras flagraram o momento em que o agente, durante uma ação na cracolândia, perseguiu e agrediu a atriz Laura Cruz pelas costas com um golpe de cassetete, que quebrou após atingir as costas da mulher.
Em nota, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana e a GCM afirmaram que "não coadunam com ações contrárias à preservação dos direitos humanos". A identidade do agente não foi revelada.
"A prefeitura de São Paulo, por intermédio da Secretaria Municipal de Segurança Urbana e Guarda Civil Metropolitana, informa que o servidor envolvido foi afastado das atividades operacionais e os fatos estão sendo apurados através de regramento próprio. As instituições não coadunam com ações contrárias à preservação dos direitos humanos", declarou a prefeitura de SP.
No vídeo que circula pelas redes, é possível ver Laura Cruz fugindo do policial que grita que vai "arrebentá-la". No momento seguinte, quando deparada por outros policiais, a atriz levanta os braços, mas é agredida pelas costas pelo agente.
De acordo com relato da atriz, ela ainda recebeu gás de pimenta no rosto e teve que expor o seu corpo ao ter que levantar a sua saia. "Eu só estava com a sacola de doações de roupas para as pessoas em situação de vulnerabilidade que eu fui buscar", revela Cruz.
CPI da transfobia
A agressão sofrida por Laura Cruz será investigada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as violências contra as pessoas trans e travestis na cidade de São Paulo.
A CPI da Transfobia, idealizada pela vereadora Erika Hilton (PSOL), foi instalada no último dia 24, e tem por objetivo investigar casos de violências contra as pessoas trans e travestis.