Glenn comenta entrevista de Gilmar Mendes no Roda Viva: “Levantou pontos cruciais sobre abusos da Lava Jato”

Via Twitter, editor do The Intercept destacou que ministro do STF abordou como “MPF, LJ e PF cometem crimes sistematicamente com vazamentos criminosos: muitos para a Globo/Jornal Nacional, que lucram com os frutos dos crimes dessas autoridades”

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
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O editor do The Intercept Brasil, Glenn Greenwald, postou uma longa sequência de tuites para destacar a entrevista do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, no programa Roda Viva, exibido nesta segunda-feira (7), na TV Cultura. O jornalista destaca vários pontos da entrevista. Seguem os tuites de Glenn: No Roda Viva ontem, Gilmar Mendes – independente do que você pensa dele – levantou pontos cruciais sobre os abusos da LJ, corrupção no Ministério Público, o papel da mídia (Globo) e como o Vaza Jato expôs fatos vitais que mudaram o debate. Vale a pena ouvir os trechos chaves. Aqui Gilmar explica o princípio do jornalismo que certos jornalistas ainda não entendem: tem que separar a forma que o material foi obtido por uma fonte do conteúdo, que jornalistas têm que relatar e os tribunais analisar, sobretudo quando mostra corrupção como Vaza Jato faz. Talvez este seja o ponto mais importante que Gilmar enfatizou: MPF, PF e LJ estão se afogando em corrupção e crime, especificamente vazamentos ilegais e seletivos de investigações sigilos para destruir reputações, que nunca são investigadas. Quem reside acima da lei são eles. Mais sobre como o MPF, a LJ e a PF cometem crimes sistematicamente com vazamentos criminosos: muitos para a Globo/Jornal Nacional, que lucram com os frutos dos crimes dessas autoridades. E esses vazamentos criminosos - ao contrário dos “hackers” - nunca são investigados. Aqui Gilmar explica o papel tóxico e destrutivo da grande mídia em se recusar a ser minimamente crítico da LJ - ao contrário, atuando como parceiro de forma inapropriada e criando “falsos heróis”, algo que os jornalistas honestos (na Folha e Veja por exemplo) agora reconhecem. Aqui Gilmar explica como a LJ e MPF estavam atacando, de maneira corrupta e criminal, outras instituições, incluindo o uso de vazamentos criminosos, com a mídia como parceira, que nunca foram investigadas. Por que não? Aqui Gilmar discute como a Vaza Jato provavelmente será usada pelo STF para corrigir condenações abusivas e corruptas da LJ e como evidências ilícitas não podem ser usadas para condenar os cidadãos, mas podem ser usadas para absolve-los. Tb: porque Moro é culpado e “tortura”. Além da LJ, Gilmar discute aqui os abusos do MPF e do sistema criminal brasileiro em geral: como um grande número de brasileiros é preso sem julgamento, criando “totalitarismo penal”: o Brasil como o país que mais aprisiona. “Não se combate crime cometendo crime. Se não ouvisse The Intercept, provavelmente daqui a pouco, nós teríamos pessoas vendendo operações - fazendo coisas que estão fazendo, como, por exemplo, forçando as pessoas a comprarem palestras. Isso não é republicano”. Aqui Gilmar discute as mudanças radicais e importantes que vêm acontecendo na mídia (exceto Globo e Jornal Nacional) dado as revelações da Vaza Jato: vários jornalistas estão entendendo que eles falharam em sua função de reprimir os abusos de Lj e Moro. Neste trecho, Gilmar alerta para os perigos da “prisão provisória” e como delações premiadas estão sendo abusados sistematicamente por Moro e pela LJ. Aqui Gilmar lista algumas das revelações mais importantes de Vaza Jato, que comprovam a corrupção e Moro e LJ, e porque corromperam todo o processo judicial e LJ, incluindo – mas não apenas – o caso de Lula. Mas muitas partes da mídia atuaram como seus leais assessores. Para aqueles que perguntam: sim, exatamente por causa desses abusos, temos muito mais Vaza Jato para relatar, incluindo – mas não apenas – como 2 veículos da mídia em particular renunciaram seu papel de jornalistas e atuaram como parceiros de Moro e LJ. Finalmente, eu gostaria de elogiar a alta qualidade do Roda Viva – em sua melhor forma em muito tempo graças ao excelente trabalho da Daniela Lima (e eu digo isso apesar das críticas ocasionais que tenho feito!). Ela é justa com todos e garante uma discussão substantiva.