Guilherme Boulos: "Não adianta ficar só na rede social. É preciso resistência"

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No acampamento do MTST na avenida Paulista, o coordenador nacional do movimento garantiu que os trabalhadores continuarão acampando lá por tempo indeterminado. "Aqui é um acampamento que tá transpirando vida, formação e luta". Confira a entrevista e saiba como ajudar Por Ivan Longo Nesta terça-feira (21), o #OcupaPaulista, acampamento do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) na avenida Paulista, completa uma semana. Mais de 400 pessoas seguem vivendo em barracas em frente ao prédio da secretaria da Presidência da República após uma manifestação contra a suspensão das contratações da chamada faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida. A faixa 1 é aquele que atende aos mais necessitados. "Esse governo ilegítimo do Temer suspendeu as contratações da faixa 1, que é para quem mais precisa. Esse foi o motivo inicial. Viemos até o escritório e, na medida que não fomos atendidos, permanecemos aqui", explicou Guilherme Boulos, coordenador nacional do MTST, em entrevista concedida à Fórum na noite desta segunda-feira (20). De acordo com Boulos, o acampamento agora ganhou um significado ainda maior de resistência aos ataques sociais que estão acontecendo à mando de Temer como a reforma da previdência e a reforma trabalhista, que deve condenar a CLT e os direitos conquistados pelos trabalhadores nas últimas décadas. Para Boulos, este governo não tem sequer receio com a opinião pública. "A maior marca deste governo talvez seja o fato de que ele não está preocupado com nada. Fazem e não estão nem aí. A indicação de Alexandre de Moraes para o STF é a prova clara de que eles não estão nem aí", afirmou. O coordenador nacional do MTST garantiu, na entrevista que foi transmitida ao vivo pela Fórum, que o acampamento permanecerá na avenida por tempo indeterminado, até que o governo atenda integralmente às suas reivindicações. Ele disse que o governo federal chegou a soltar uma nota na semana passada informando que retomaria as contratações da faixa 1 do Minha Casa, Minha Vida mas que, como isso já foi prometido inúmeras vezes, lá permanecerão até que haja um atendimento integral das pautas que reivindicam. De acordo com Boulos, o acampamento é parte de uma resistência que precisa ser adotada pelas pessoas. "Não adianta ficar só na rede social. É preciso resistência. Esse acampamento é isso", pontuou. Na entrevista, o coordenador do movimento falou ainda sobre violência policial, sobre a relação com o prefeito João Doria (PSDB) e convocou a população a ajudar o acampamento, que diariamente vem contando com intervenções culturais, apresentações musicais e aulas públicas de artistas e professores que vêm prestando solidariedade ao movimento. Abaixo, assista a íntegra da transmissão com a entrevista de Boulos [a entrevista começa aos 4min05seg] e contribua com a "vaquinha" para ajudar o acampamento do MTST clicando aqui.