Israel julga que assassinato de Rachel Corrie foi uma “ação em tempo de guerra”

Ativista protestava quando foi atropelada por uma escavadeira do exército israelense

Rachel, instantes antes de ser atropelada e esmagada pela escavadeira
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Ativista protestava quando foi atropelada por uma escavadeira do exército israelense Por Igor Carvalho [caption id="attachment_18363" align="alignleft" width="493" caption="Rachel, instantes antes de ser atropelada e esmagada pela escavadeira"][/caption] No ano de 2003, na cidade de Rafah, uma garota americana, de 23 anos, tentava evitar que as Forças Armadas de Israel derrubassem casas de famílias palestinas, nos territórios ocupados. Ao tentar impedir que mais um lar fosse destruído, Rachel Corrie ficou na frente de uma escavadeira, comandada por um militar, que não titubeou e atropelou a ativista, a matando. Hoje, em Haifa, um tribunal israelense isentou o exército do país de qualquer responsabilidade sobre a morte. O recurso foi movido pelos pais de Rachel, que moram em Washington (EUA). Hussein Abu Hussein, advogado da família Corrie, disse que irá recorrer da decisão e alegou que o veredito “legitima agressões a pessoas inocentes e violações de direitos humanos básicos em Israel.” Apesar do fato de a ativista estar, no momento em que foi atropelada, sobre um amontoado de entulhos de outras casas e de terra, a Corte israelense alega que “o campo de visão de uma escavadeira é limitado e o motorista não a viu”, classificando assim como um “acidente” a morte da jovem. O local é uma zona de conflito, para a Justiça israelense, portanto, o crime faz parte de uma “ação em tempo de guerra.” No Brasil A decisão contraditória teve reflexos também no Brasil. Soraya Misleh, membro do Movimento Palestina para Todos e Todas (Mopat), estava indignada com a decisão da Justiça de Israel. “É um sinal de que a impunidade grassa em Israel, que não respeita sequer a lei internacional e promove um apartheid contra os palestinos. Rachel Corrie foi uma das ativistas que buscou fazer a diferença.” A ativista brasileira lembrou que, entre 28 de novembro e 1 de dezembro desse ano, acontecerá o Fórum Social Mundial Palestina Livre. “É uma oportunidade para se fortalecer a solidariedade internacional e exigir justiça para Rachel Corrie”, finalizou. Política diária de expulsão Dias antes de morrer ela escreveu em um e-mail para um amigo: “Destroem as casas mesmo com gente dentro, não têm respeito por nada nem por ninguém.” Apenas neste mês de agosto, Israel anunciou a destruição de 12 comunidades palestinas e a expulsão de seus 1.500 moradores.