Lava Jato escondeu provas que mostravam inocência de Lula em palestras

Ação da defesa do ex-presidente Lula, com base nas mensagens trocadas entre os procuradores da Lava Jato, afirma que os procuradores de Curitiba subverteram a ordem dos poderes e pressionaram a PGR para denunciar Lula por “crime organizado”

Dallagnol e o power point contra Lula Foto: Arquivo/Reprodução
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De acordo com petição protocolada pela defesa do ex-presidente Lula, a Lava Jato atuava "apenas com o objetivo de devassar e produzir qualquer coisa contra" o ex-presidente, mas também "escondendo provas da sua inocência".

Na ação, a defesa de Lula destaca trecho de conversas entre os procuradores da Lava Jato comentando que, Paulo Dalmazzo, da Andrade Gutierrez, atestou que as palestras de Lula foram realizadas e que foram "muito boas e o cara saiu ovacionado", segundo palavras de Dalmazzo obtidas a partir das mensagens trocadas entre os procuradores da Lava Jato.

A petição destaca que esse trecho do depoimento de Dalmazzo foi suprimido para, dessa maneira, construir a narrativa de que as palestras de Lula não existiram e foram utilizadas para lavar dinheiro.

A ação também relembra os espetáculos midiáticos promovidos pela Lava Jato e, especialmente, o "famigerado Power Point que acusava" o ex-presidente Lula "do crime de organização criminosa sem que houvesse tal imputação na denúncia".

O documento também atenta para o fato de que a Operação Lava Jato de Curitiba "subverteu" as relações entre os poderes institucionais, pois, pressionava a Procuradoria Geral da República para denunciar Lula por crime organizado.

"A “Força-Tarefa da Lava Jato de Curitiba”, em uma completa subversão institucional, pressionava a PGR para promover a denúncia contra o Reclamante “por orgcrim”(organização criminosa), afirmando, ainda, que “seria muuuito melhor fazer em paralelo a Vcs (PGR)”', diz a petição citando mensagens trocadas entre os procuradores da Lava Jato.