Liderança dos sem-teto é vítima de disparo da PM

Sidney Ferreira Silva, coordenador da Frente de Luta pela Moradia, foi baleado por um PM quando participava de um churrasco da ocupação em frente um prédio no centro de São Paulo; uma moradora que assistiu a tudo disse ter gritado com o PM: “Por que o senhor não atirou para cima?”, ao que o policial respondeu: “Não existe tiro pra cima. Existe tiro certeiro.”

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Sidney Ferreira Silva, coordenador da Frente de Luta pela Moradia, foi baleado por um PM quando participava de um churrasco da ocupação em frente um prédio no centro de São Paulo; uma moradora que assistiu a tudo disse ter gritado com o PM: “Por que o senhor não atirou para cima?”, ao que o policial respondeu: “Não existe tiro pra cima. Existe tiro certeiro.”

Por Victor Amatucci, no Jornalistas Livres 

Sidney Ferreira Silva, 32 anos, coordenador da Frente de Luta pela Moradia, foi alvejado no final da tarde por tiro disparado por um Policial Militar, quando se encontrava diante da ocupação situada na avenida Rio Branco, número 47, centro de São Paulo. O disparo atingiu o sem-teto na altura da virilha, fazendo-o perder muito sangue. Sidney foi levado ao Pronto Socorro da Santa Casa de Misericórdia. “Foi mais um ato de discriminação da PM contra os sem-teto”, disse um dirigente da FLM. Segundo ele, os moradores da ocupação realizavam um churrasco diante do prédio, quando uma viatura policial de placas DJM-8140 estacionou a poucos metros, dela saindo um soldado já com a arma fora do coldre. Ainda segundo esse mesmo depoimento, Sidney dirigiu-se ao policial, dizendo-lhe: “Isso não é necessário. Aqui é tudo trabalhador.” E levantou os dois braços para cima, para se mostrar inofensivo. Sidney estava acompanhado pela também dirigente da FLM, Carmen Silva, que é mãe dele . Foi quando o PM atirou. Uma moradora que assistiu a tudo disse ter gritado com o PM: “Por que o senhor não atirou para cima?”, ao que o policial respondeu: “Não existe tiro pra cima. Existe tiro certeiro.” A ocupação situada na avenida Rio Branco, 47, abriga 74 famílias sem-teto. São crianças, mulheres, trabalhadores e estudantes. O caso foi encaminhado ao 2º Distrito Policial, do Bom Retiro. #JornalistasLivres tentaram contato telefônico com o DP, mas ninguém atendeu no local. Foto: Marcelo Camargo/ABr