Lindberg Farias propõe tributação dos mais ricos

Senador do PT afirma que a classe alta contribuiu pouco em proporção ao volume do patrimônio que possui, seja por isenções de impostos, ou até mesmo por sonegações e fraudes. Segundo ele, a tributação de grandes fortunas seria uma forma de desonerar a classe trabalhadora e promover a distribuição de renda no país.

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Senador do PT afirma que a classe alta contribui pouco em proporção ao volume do patrimônio que possui, seja por isenções de impostos, ou até mesmo por sonegações e fraudes. Segundo ele, a tributação de grandes fortunas seria uma forma de desonerar a classe trabalhadora e promover a distribuição de renda no país Por Maíra Streit BRASÍLIA - O senador Lindberg Farias (PT/RJ) defendeu, na última segunda-feira (9), emendas às Medidas Provisórias 664 e 665, que tratam de alterações nas regras do seguro-desemprego e pensões da Previdência. A proposta do senador é aumentar os impostos pagos pelos cidadãos mais ricos, a exemplo de banqueiros e grandes latifundiários. Segundo ele, a medida busca tornar o sistema tributário mais justo e promover uma distribuição de renda equilibrada no Brasil. Lindberg acredita que a classe alta contribuiu pouco em proporção ao volume do patrimônio que possui, seja por isenções de impostos, ou até mesmo por sonegações e fraudes. “Estou querendo fazer o diálogo com o governo e dar mais destaque a essa pauta. Temos que jogar a conta para o andar de cima”, afirma, lembrando que o assunto já é discutido, hoje, em países como Estados Unidos, França e Grécia. Ele cita como referência o economista e pesquisador francês Thomas Piketty, autor do livro O Capital no Século XXI, que justifica a tributação de grandes fortunas como uma ferramenta para o combate à desigualdade econômica. Um estudo divulgado no último mês pela ONG britânica Oxfam Internacional mostrou que, em 2016, o volume de riquezas de 1% da população mundial deve ultrapassar o dos outros 99%. E, atualmente, as 80 pessoas mais ricas do mundo detêm a mesma quantidade de recursos que os 50% mais pobres. Trazendo para a realidade brasileira, o senador ressalta que uma das principais soluções para o problema seria cobrar mais de quem tem mais e, assim, desonerar a classe trabalhadora. Entre as propostas apresentadas, está o aumento do imposto sobre o lucro dos bancos, tributar a distribuição de lucros e dividendos, reestruturar o imposto de renda segundo a capacidade econômica do contribuinte, assim como o imposto sobre remessas de lucros para o exterior e o imposto sobre a propriedade territorial rural. Sobre uma eventual resistência que possa enfrentar nas alas mais conservadoras do Congresso Nacional, Lindberg destaca a necessidade de união com entidades da sociedade civil que reconhecem a importância dessa iniciativa. "Desse pessoal aqui [no Congresso], tem uma minoria claramente golpista. Precisamos do apoio dos nossos aliados e dos movimentos sociais", conclui. Leia também: Thomas Piketty: Taxar riquezas para diminuir desigualdades (Foto de capa: Luiz Alves/Agência Senado)