Mães denunciam que secundaristas estariam sendo perseguidos, vigiados e torturados pela policia

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Elas disseram que recebem relatos de que a policia estaria com uma lista com 24 nomes de estudantes. "Quando alguns jovens são abordados na rua, eles são obrigados a olhar nessas fotos e falar quem eles conhecem", disse Rosana Cunha, mãe de um garoto que ocupou o Centro Paula Souza Por Victor Labaki Duas mães que pertencem ao Comitê de Mães e Pais em Luta dos Secundaristas denunciaram durante uma coletiva de imprensa em São Paulo nesta quinta-feira (7) que alguns dos estudantes estariam sendo perseguidos, vigiados e até vítimas de torturas físicas e psicológicas por parte da policia. Rosana Cunha, mãe de um aluno que ocupou o Centro Paula Souza, disse que a policia teria um “book” com a foto de 24 estudantes e que pratica torturas com quem se nega a dizer se conhece algum deles. “A perseguição continua. Esses meninos são seguidos. Alguns menores estão sendo agredidos, existe um book na policia com foto de menino secundarista e quando alguns jovens são abordados na rua sem motivo algum, eles são obrigados a olhar nessas fotos e falar quem eles conhecem. Quando eles falam que não conhecem eles apanham até desmaiar”, contou. Teresa Rocha, mãe de um secundarista de 16 anos, disse que seu filho chegou a ser abordado três vezes no mesmo dia e que ele está nesta lista. Segundo ela, a maior parte são estudantes que ocuparam a escola Fernão Dias Paes. “Esses tempos eles pararam um pouco de enquadrar meu filho, mas ele chegou a ser enquadrado três vezes em um dia. Mas eles tão com esse álbum de 24 fotos de secundaristas e meu filho está nesse álbum”, afirmou. Ela falou que constantemente via viaturas paradas na frente da porta da sua casa e que precisou mudar de endereço, mas que mesmo assim as perseguições continuam. “Eu mudei e eles foram acompanhando minha mudança, outras pessoas já mudaram ou estão com medo porque seu filho está nessa lista”, disse. Um dos casos apresentados pelas mães foi de um menino agredido por policiais até ficar desacordado e que perdeu 75% da visão por não revelar que conhecia estudantes que estariam nessa lista. “Ele foi barbaramente agredido por falar que não conhecia [ninguém da lista] e levou um murro no nariz e colocaram spray de pimenta dentro dos olhos dele e ele perdeu 75% da visão. Deixaram ele desacordado na Estrada de Itapecerica da Serra achando que ele não ia resistir, foi isso que eles acreditaram, que ele não ia resistir aos ferimentos e ia morrer”, contou. As mães disseram que estão preparando um dossiê com os relatos dos casos e que ele será entregue ao Ministério Público de São Paulo. Foto de Capa: Rovena Rosa/Agência Brasil