Milhares de pessoas ocupam as ruas da França contra o racismo e a violência policial

Lei aprovada pela Assembleia Nacional, que proíbe a divulgação de imagens de ações policiais nas redes sociais, também motivou as manifestações

Foto: reprodução Youtube
Escrito en GLOBAL el

Milhares de pessoas foram as ruas das principais cidades da França para protestar contra o racismo, a violência policial e pela liberdade de expressão.

O estopim para que multidões ocupassem, por exemplo, os principais pontos de Paris, foi a agressão cometida por policiais contra o artista Michel Zecler.

O produtor musical Michel Zecler, que é negro, foi abordado por policiais na porta de seu estúdio e, posteriormente, espancado pelos oficiais. Testemunhas filmaram o ocorrido e as imagens se espalharam pelas redes sociais, informa a CNN Brasil.

De acordo com depoimento de Zecler, ele estava sem máscara, o que é proibido na França e, ao ver uma viatura, retornou para o seu estúdio, porém, ele afirma que os policiais o perseguiram, invadiram o seu estúdio e o espancaram.

O artista também alega que, durante a agressão policial, injúrias radicais foram proferidas pelos policiais. Os quatro agentes envolvido no caso estão detidos e a Corregedoria da Polícia de Paris está investigando o caso.

Abaixo, depoimento de Zacler ao Loopsider.

https://twitter.com/Loopsidernews/status/1331870826652643328?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1331870826652643328%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.correiobraziliense.com.br%2Fmundo%2F2020%2F11%2F4891616-video-de-homem-negro-sendo-espancado-por-policiais-na-franca-gera-crise-no-governo.html

Nas redes sociais, o presidente da França, Emmauel Macron, declarou que ficou "chocado" com as imagens e que o caso é "vergonhoso para o país".

https://twitter.com/EmmanuelMacron/status/1332404195677392897

Censura nas redes

A maior manifestação contra o racismo se deu na Praça da Bastilha, onde mais de 60 mil pessoas se reuniram. Além da questão do racismo presente na polícia francesa, os atos também repudiavam uma lei aprovada pela Assembleia Nacional que proíbe postar imagens de policiais em exercício nas redes.

Uma das frases mais entoadas em todos os atos era "se não podemos filmar, quem vai nos proteger das violências policiais". A lei aprovada é de autoria do Ministério do Interior, que prevê multa de 45 mil euros para quem filmar policiais durante o seu exercício e postar nas redes.

Entendida como uma censura, os manifestantes exigem a revogação da lei. O presidente da França, Emmanuel Macron, declarou que vai rever o texto da lei. A imprensa local afirma que Macron mudou de ideia depois de ver as cenas de agressão contra Michel Zecler.