Milhares marcham na Avenida Paulista contra golpe e pela democracia

Foto: Paulo Pinto / Agência PT
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Ato é realizado também em mais 24 estados em defesa do mandato de Dilma e da democracia e pela queda de Eduardo Cunha da presidência da Câmara Da Rede Brasil Atual Começou há pouco o ato realizado por representantes do movimento social, sindical e intelectuais, em 25 estados, em defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff, da democracia, contra o ajuste fiscal e a favor da saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em São Paulo, os organizadores falam que, com a Avenida Paulista lotada nesta quarta-feira (16), já deve haver perto de 100 mil manifestantes. O presidente da CUT, Vagner Freitas, o primeiro a discursar, disse que o golpe em curso é contra os trabalhadores, "um gole de classe". "Os mesmos que defendem o impeachment defendem a terceirização, defendem acabar com a CLT. A valorização do salário mínimo prejudica as empresas e provoca a inflação", disse, acrescentando: "Os mesmos que apoiam o Cunha são os que defendem a redução da maioridade penal e são contra os direitos das mulheres e que por isso os trabalhadores não vão deixar o golpe passar". Freitas disse que o ato defende Dilma, que foi eleita pelo povo e que não existe crime provado contra ela. Disse que apesar do apoio, o ato é crítico ao ajuste fiscal que "penaliza os trabalhadores e provoca recessão da economia. Disse que esta política econômica também não será aceita pelos trabalhadores. O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, disse, sobre a maciça presença ao ato que esta manifestação "não precisa de patos para encher a Paulista", numa referência ao mascote utilizado pela Fiesp em ato realizado no último domingo (13). O ato que começou ocupando pelo menos quatro quarteirões da Paulista, em clima festivo, tem participação do MTST, CUT, Intersindical, CTB, Upes, metalúrgicos do ABC, MST (Ocupação Nova Esperança e movimento de mulheres). Tem várias outras ocupações do MTST. Luiz Araújo, presidente do Psol: "Apesar de fazermos oposição ao governo Dilma, entregar o governo para a direita por meio de um golpe vai acelerar a retirada de direitos e prejudicar a classe trabalhadora", disse. População As bailarinas Livia Seixas e Nina Giovelli justificaram a participação no ato por conta das "manipulações" de Eduardo Cunha. "Estamos aqui pela forma como as coisas foram feitas, por tantas manipulações do Cunha, pela chantagem na aceitação do pedido do impeachment e em defesa da nossa democracia. Isso é um jogo político, o PMDB quer sair dos bastidores", disse Livia. Para Nina, está em questão um "golpe que trará um retrocesso nos direitos sociais, nos direitos das minorias e o avanço de uma onda conservadora. É muito problemático para pessoas que querem viver com liberdade". O sociólogo Roque Aparecido da Silva defendeu que o país inteiro esteja nas ruas. "O Brasil todo deveria estar na rua, pois hoje é um dia muito importante para a democracia. Lutamos duramente contra uma ditadura e não podemos permitir um novo golpe. Isso será terrível para o trabalhador porque vai incentivar uma onda neoliberal. Toda inclusão e todo avanço social dos últimos anos vão se perder." O vigilante noturno João Martins de Sousa, que acompanha o sobrinho Gabriel, disse: "Eu não vim porque concordo em tudo com este governo. Há coisas que são ruins, mas já vivi outros momentos de crise e sei que poderia ser muito pior. A presidenta foi democraticamente eleita, e nós vivemos em um estado democrático de direito. O impeachment não tem base legal. É uma ameaça para a nossa democracia". Já as irmãs Ana Maria Figueiredo, psicóloga, e Bernardette Figueiredo, ceramista, foram para a Paulista contra o golpe. "Estou aqui contra este golpe. A Dilma foi democraticamente eleita e se esse golpe acontecer é um perigo para a esquerda, pois toda vez que ela chegar ao poder, poderá sofrer uma nova tentativa de golpe." "Eu estou aqui pela defesa da nossa democracia e por justiça. Nós vemos pessoas ligadas ao PT sendo presas sem provas, mas com o Cunha nada acontece", reclamou Barnardette, que acompanhava a neta, Thaís, de 15 anos.