Mourão admite responsabilidade do governo na crise e fala em 'afastar extremos'

“Conseguir reunir o centro, que é a grande massa, daqueles que conseguem sentar em uma mesa”, destacou o vice-presidente

Hamiltou Mourão e Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)
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O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta segunda-feira (22) que vê uma "parcela de responsabilidade" do governo na atual crise, colocando que o Executivo tem que "buscar mais harmonia". "Temos que deixar de levarmos as ideias a um nível tão de confronto que não haja retorno", disse, em entrevista a CNN Brasil.

Mourão fez uma análise do que acredita ser esse ambiente de "instabilidade emocional" coletiva, que vê como um panorama global derivado da crise econômica mundial de 2008. Na visão de Mourão, a melhor forma de conter a polarização é "afastar os extremos" e "reunir o centro".

"Meu anseio é que a gente consiga afastar os extremos dessa polarização, tanto a direita mais extremada quanto o pessoal da esquerda mais extremada, e conseguir reunir o centro, que é a grande massa, daqueles que conseguem sentar em uma mesa e, mesmo tendo ideias discordantes, conseguem chegar a um senso comum. Acho que, se a gente conseguir fazer isso daqui pra frente, nós teremos muito sucesso", afirmou.

Mourão destacou que o presidente Jair Bolsonaro "não tem o anseio mínimo de fazer uma ruptura institucional no nosso país" e que esse comprometimento é compartilhado pelas Forças Armadas. No entanto, Mourão ressalva acreditar que o Supremo Tribunal Federal tenha se excedeu e que a Corte deveria se omitir sobre temas que são prerrogativas do Poder Executivo. Ele também fez críticas ao inquérito das fake news, processo que considera inconstitucional.