O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) se reuniu na manhã desta quarta-feira (3) para votar o relatório produzido pelo deputado Emidio Souza (PT-SP) que, ao término da leitura de seu relatório, indicou a suspensão de seis meses do deputado Fernando Cury (Cidadania), que é acusado de quebra de decoro parlamentar após assediar a deputada Isa Penna (PSOL).
"O fato em análise causou imensos danos à imagem, a vida e a dignidade da representante, deputada Isa Penna, razão pela qual proponho a esse egrégio Conselho que seja aplicada ao representado, deputado Fernando Cury, a pena de suspensão do seu mandato parlamentar pelo prazo de seis meses", declarou Emídio de Souza.
Souza ainda destacou que "ao abraçar, pelas costas, a deputada Isa Penna e lhe tocar os seis sem seu consentimento, o deputado Fernando Cury, teve um comportamento inadequado que atentou contra a Ética e o decoro parlamentar entendido como o conjunto de regras e comportamentos a que estão submetidos os membros desta casa, que visam a convivência respeitosa, harmoniosa e civilizada entre os deputados e deputadas que a compõe".
O relatório apresentado por Emidio Souza deveria ter sido votado na sessão de hoje, porém, os deputados Wellington Moura (Republicanos) e Adalberto Freitas (PSL) pediram vistas do processo. Ambos alegaram que não tiveram acesso ao documento com antecedência. Por conta disso, o relatório deve ser votado na próxima sexta-feira (5).
A deputada Isa Penna, por meio de uma live realizada logo após a sessão do Conselho de Ética da Alesp, afirmou que segue "vivendo uma violência continuada, ouvir de um membro do conselho ‘que não entende o motivo da pressa’ é doloroso e invasivo”.
A parlamentar também declarou que espera que “na sexta-feira, os deputados que pediram vistas não usem mais nenhum artifício para procrastinar um ato de assédio televisionado na Assembleia Legislativa. O caso precisa ir para plenário logo”.
Sobre a cassação do mandato de Fernando Cury, Isa Penna declarou à Fórum que a "luta não acabou pela cassação, mas que tem de passar para a assembleia esta luta e não ficar sendo obstruída na comissão".